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Jaru, 22 de novembro de 2024

Mãe de bebê encontrado no rio é presa e diz que não queria gravidez

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A dona de casa Lucineide dos Santos Silva, de 29 anos, foi presa na tarde de terça-feira (17), em Jaru (RO), a cerca de 290 quilômetros de Porto Velho, e confessou que é mãe do recém-nascido encontrado morto no Rio Mororó, no último dia 13 de fevereiro. A mulher alegou que já tem três filhos e que, por isso, não queria a quarta gravidez. Lucineide contou ainda que escondeu a gestação dos familiares e fez o parto sozinha, mas que a criança teria nascido sem vida. A Polícia Civil (PC) continua com as investigações sobre o caso.
De acordo com o delegado Renato Batistela Cavalheiro, a polícia recebeu denúncias anônimas relatando que a dona de casa era a mãe da criança e autora do crime. Os informantes apontaram também que a mulher planejava se mudar para Ji-Paraná (RO). O Serviço de Investigação e Captura (Sevic) checou as informações e, ao chegar à residência de Lucineide, encontrou a família com a mudança já organizada.
Em depoimento na delegacia, o marido da dona de casa disse que não sabia da gravidez. Já a mulher, a princípio, negou que esteve gestante. O delegado encaminhou Lucineide ao hospital do município para avaliação com um médico obstetra. “O médico foi categórico em afirmar que a mulher teve um parto recente. Que ainda tinhas vestígios da placenta. Depois disso, a mulher decidiu contar a verdade e confessou que jogou o filho no rio”, explica Cavalheiro.
Ao voltar do hospital, a dona de casa assumiu a gravidez, mas garantiu que ninguém da família sabia, nem mesmo o marido. Lucineide relatou que, no dia 12 de fevereiro, sentiu fortes dores, pois teria caído sobre a barriga durante a limpeza da casa. No dia seguinte, enquanto o marido trabalhava, a mulher começou a sentir dores novamente e pediu para que os filhos fossem brincar no quintal.
“Tranquei-me no quarto e as dores só aumentavam, eram as dores do parto. Com muito custo consegui dar a luz à criança. Embora sentisse muitas dores, não dei nenhum grito para que meus filhos não soubessem o que estava acontecendo. A criança nasceu, todavia estava morta, pois não chorou e não respirou. Consegui, sozinha, puxar o cordão umbilical até o momento que saiu junto a placenta”, diz um trecho do depoimento da mulher à polícia.
Em seguida, Lucineide teria enrolado o bebê em uma toalha, colocado em uma sacola e depois em uma caixa. Em seguida, limpou o local, tomou banho e esperou a chegada do marido. Durante a madrugada, a mulher verificou que todos na casa dormiam, saiu e jogou a criança no rio. “Ela disse que fez tudo sozinha. O marido alega que pensou que a mulher tivesse engordado. Com o resultado do exame tanatoscópico, saberemos mais detalhes sobre a morte da criança. Continuamos com as investigações”, enfatiza Cavalheiro.
A prisão preventiva da mulher foi solicitada à Justiça, que concedeu o pedido. A dona de casa foi encaminhada ao presídio feminino do município. “As investigações irão apontar se ela responderá por infanticídio ou homicídio. A população pode continuar nos ajudando. As denúncias foram cruciais para a prisão da mulher”, solicita o delegado.

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