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Jaru, 24 de abril de 2024

Justiça decreta prisão de PRF que matou empresário em Campo Grande

Consta na decisão que, solto, o policial pode atrapalhar as investigações

A Justiça decretou a prisão preventiva do policial rodoviário federal Ricardo Su Moon, que confessou ter matado o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, no fim da madrugada do dia 31 de dezembro de 2016, em Campo Grande. A decisão é do juiz José de Andrade Neto, o mesmo que havia mandado soltar o suspeito. Ele afirma que há elementos novos no caso. O policial alega legítima defesa.

A Justiça determinou a prisão a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). Na decisão, o magistrado diz que a preventiva é para que a o policial não atrapalhe as investigações, o que, segundo o MPE, teria acontecido durante o flagrante.

Segundo a decisão, “… faço como medida de conveniência da instrução criminal, em especial para evitar que, solto, o representado possa influenciar na apuração dos fatos, como aparentemente vem ocorrendo desde a sua prisão, de acordo com os elementos objetivos ora trazidos ao conhecimento do juízo”.

Flagrante
O policial foi preso em flagrante e solto na noite do dia 1º, com obrigação de cumprir medidas cautelares. O juiz que mandou soltá-lo fala que não decretou a preventiva naquela data porque entendeu que Ricardo Moon não oferecia risco à ordem pública, tem endereço e trabalho fixo.

No entanto, após análise do contexto do flagrante, relatórios periciais e de reportagens, o MPE verificou indícios de situações que poderiam influenciar na investigação sobre o caso.

Na decisão, o juiz diz: “… representação feita pelo Ministério Público e com a apresentação de novas provas e elementos objetivos, este juízo verificou a necessidade de ser decretada a prisão preventiva do indiciado Ricardo, para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ou influência na apuração dos fatos, para garantir a integridade da instrução criminal”.

Entre os indícios de favorecimento a Ricardo Moon, José Andrade Neto cita informações sobre a roupa que o policial vestia, o fato dele ter comparecido à delegacia de Polícia Civil e não conduzido pela Polícia Militar e ainda o tempo que durou a lavratura do flagrante. Para o magistrado, as seis horas que ficaram na unidade policial não são suficientes para cumprir a burocracia.

Pedido
Além de pedir a prisão do policial, o MPE quer que seja feita perícia o mais rápido possível no suposto buraco que a vítima teria desviado e assim fechado o veículo do policial, em vídeos que circulam na internet, que sejam ouvidos jornalistas que estiveram no local, pessoas que testemunharam a cena, moradores e ainda que seja feita uma varredura em casas e comércios a procura de imagens de câmeras de segurança. O MPE quer ainda perícia nos telefones do policial e do empresário.

Crime
As imagens do carro do empresário podem ajudar a entender a dinâmica do crime. Segundo a perícia, todos os sete tiros atingiram a camionete. Três acertaram o para-brisa, em direção ao empresário e os outros quatro, as laterais. Ele bateu a caminhonete em um poste e pessoas que estavam no veículo ficaram feridas.

Versão
O agente rodoviário e os dois amigos do empresário que sobreviveram já prestaram depoimento. Na versão das vítimas, quando entraram na avenida Ernesto Geisel, no Centro, o empresário invadiu a faixa por onde passava o policial. Logo depois, parou no sinal vermelho.

O policial atravessou o carro na frente, para impedir a passagem e começou a discussão. As testemunhas disseram, ainda, que o empresário tentou acelerar para sair com o carro. Nessa hora, o policial começou a atirar.

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Com G1/MS

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