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Jaru, 19 de março de 2024

Juíza de Porto Velho adota casal de irmãos após tentativas médicas para engravidar

Quase seis mil crianças e adolescentes vivem em abrigos à espera de uma família em todo o Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Por diferentes motivos elas ficam disponíveis para adoção e uma parte delas consegue uma família.

Depois da realização profissional e de um casamento, Tânia Guirro, juíza em Porto Velho, sempre teve o sonho de ser mãe. Mas realizar esse sonho não foi fácil. Duas vezes ela chegou a ficar grávida, mas acabou perdendo. Diante disso, ela acabou recorrendo à ciência.

“Foram nove tentativas de inseminação artificial, fazendo os tratamentos. Quando estava me preparando para concluir a nona tentativa descobriram algo na ultrassom e acabei submetida a uma cirurgia. No fim dela, descobriram que eu estava com câncer de útero”, lembra a juíza.

Mesmo cheia de expectativa no que seria a última tentativa de engravidar, Tânia e o então marido entraram no cadastro nacional de adoção, requisito para quem quer adotar no Brasil. A última inseminação nem chegou a ser concluída.

Pouco tempo depois, ainda fragilizada pela retirada do útero, que inviabilizou qualquer outra tentativa de gravidez biológica e com o fim do casamento, o destino trouxe o João Gabriel, com apenas oito meses de vida. Um amor à primeira vista.

Tânia Guirro e seu filho João Gabriel, em Porto Velho.  — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia GuirroTânia Guirro e seu filho João Gabriel, em Porto Velho.  — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia Guirro

Tânia Guirro e seu filho João Gabriel, em Porto Velho. — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia Guirro

O processo dela de adoção estava suspenso por conta da doença. Em 2017 veio a notícia de que ela deveria sair do cadastro de adoção ou dar andamento ao processo.

“Quando somos chamado para tomar conhecimento do histórico da criança que está apta a adoção para você, recebemos das psicólogas da Vara da Infância a fotografia da criança. Ali, eu já estava completamente apaixonada por ele. Ele é lindo, comunicativo, sociável, amável”, afirma a mãe.

Mas quando o sonho de Tânia parecia completamente realizado, veio uma surpresa. Ela ficou sabendo que outra criança, que era irmã biológica do João Gabriel, também estava disponível para adoção.

“Eu nunca imaginei ter outro filho. Sou solteira, minha família toda é do sul do país. Então não tinha me imaginado adotando outra criança sozinha. Mas como dizem, contra o amor não há outra possibilidade a não ser acolher com o coração”, afirma Tânia.

Tânia Guirro com a pequena Maria Antônia, em Porto Velho. — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia GuirroTânia Guirro com a pequena Maria Antônia, em Porto Velho. — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia Guirro

Tânia Guirro com a pequena Maria Antônia, em Porto Velho. — Foto: Arquivo Pessoal/Tânia Guirro

Agora, com a chegada da Maria Antônia, com apenas dois meses de vida, Tânia está se acostumando a ser mãe de dois e afirma se dedicar bastante. Apesar do trabalho, ela se diz totalmente realizada.

“Para mim filho é filho, independente se essa sementinha brotou na barriga ou no coração. Eu queria mesmo era ser mãe para montar uma família. A maternidade foi algo que eu busquei muito. Eu achava que eu seria uma pessoa mais feliz e isso se concretizou. Sou uma pessoa muito melhor, uma profissional melhor em razão da maternidade dos meus filhos”, finaliza a juíza.


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