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Jaru, 22 de novembro de 2024

Rondônia é o segundo estado do país com maior índice de feminicídios

O g1 relembra os rostos e histórias por trás dos números. Rondonienses foram mortas enquanto estavam de conchinha na cama com o companheiro e até por se recusar a dançar com o ex em uma festa. O estado teve um aumento de 75% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021.

Antonieli Nunes, de 32 anos; Rayane Ferreira Nascimento, de 30 anos; Laryssa Victória, 17 anos, elas são algumas das mulheres que morreram de forma violenta em Rondônia no ano passado. São os rostos e histórias por trás dos números, já que o estado teve um aumento de 75% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021.

Com isso, Rondônia se torna o segundo estado do país com maior índice de feminicídios, atrás apenas de Mato Grosso do Sul.

Taxas de feminicídio:

  1. Mato Grosso do Sul: 3,5 a cada 100 mil mulheres
  2. Rondônia: 3,1 a cada 100 mil mulheres
  3. Os dados são do Monitor da Violência, feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

    Feminicídio é um crime baseado no gênero, ocorre quando a mulher morre por ser mulher. Dados do Monitor da Violência também apontam que esse crime mata uma mulher a cada 6 horas no Brasil, sendo que 8 em cada 10 crimes são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.

    De conchinha na cama, em uma festa, no meio da rua…

    Antonieli Nunes Martins, de 32 anos, morreu após contar sobre a gravidez ao pai do bebê, Gabriel Henrique. Segundo depoimento do próprio acusado, ele e Antonieli estavam deitados de conchinha na cama quando começou a matar a vítima.

    “Ela estava deitada no meu braço esquerdo, de costas pra mim, quando do nada dei um mata-leão, imobilizando-a também com as pernas. Ela se debateu e lutou contra a própria morte”, relatou durante depoimento à polícia em fevereiro de 2022.

    Gabriel também disse na época que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, “de tanto que havia apertado o pescoço” de Antonieli.

    O corpo dela foi encontrado por parentes em cima da cama.

    • Um ano da morte de Antonieli Nunes: o crime que roubou os sonhos e planos de uma família em RO
    • Durante as investigações, a polícia descobriu que ela já havia avisado à família que sofria ameaças do ex-companheiro. O g1 teve acesso a trechos de trocas de mensagens entre a vítima e a mãe, onde Rayane conta que queria paz.

      As imagens abaixo mostram o desabafo da filha para a mãe. Segundo a vítima, o ex não aceitava o fim do relacionamento e teria dito que “nunca iria deixar ela para outro”.

      Laryssa Victoria, tinha apenas 17 anos. Ela queria ser advogada para “lutar pelo direito dos outros”, segundo a família. Mas teve os sonhos interrompidos, em março de 2022, após ser espancada, estrangulada, perfurada mais de 20 vezes e enterrada em uma cova rasa em Ouro Preto do Oeste (RO).

      • Imagens mostram momentos antes da morte de adolescente; ela foi pega no meio da rua pelo suspeito

       

      Segundo a Polícia Civil, Ronaldo dos Santos Lira, um assistente social da cidade, confessou no interrogatório que matou Laryssa pelo “desejo de matar” que tinha desde a infância. Ele teria usado a bolsa da própria vítima para tentar um estrangulamento, depois a esfaqueou no pescoço e “assistiu ela sangrar”.

      A menina estava desaparecida há dois dias quando foi encontrada morta e enterrada.

      Brasil: uma mulher morta a cada 6 horas

       

      O Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021, aponta levantamento feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. São 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 6 horas, em média. Este número é o maior registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015.

      O levantamento revela que:

      • o Brasil teve 3,9 mil homicídios dolosos (intencionais) de mulheres em 2022 (aumento de 2,6% em relação ao ano anterior)
      • foram 1,4 mil feminicídios, o maior número já registrado desde que a lei entrou em vigor, em 2015
      • 12 estados registraram alta no número de homicídios de mulheres
      • 14 estados tiveram mais vítimas de feminicídio de um ano para o outro
      • Mato Grosso do Sul e Rondônia são os estados com o maior índice de homicídios de mulheres
      • MS e RO também têm as maiores taxas de feminicídios do país.

       


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