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Jaru, 28 de março de 2024

Jaru: Entenda como funcionava o esquema criminoso envolvendo agentes públicos e empresários de Gov. Jorge Teixeira; Prefeito João Paciência é investigado

Um grande e ousado esquema de corrupção implantado no âmbito da Secretaria Municipal de Educação e Cultura do Município de Governador Jorge Teixeira, foi evidenciado no último dia 30 de julho durante a Operação “Abrindo o Jogo”, deflagrada pela Polícia Civil com apoio do Ministério Público de Rondônia, em decorrência da tentativa de homicídio ao radialista Hamilton Alves, ocorrido em 20 de abril deste ano.

Nele, são suspeitos de participação, mais de uma dezena de políticos e empresários do ramo de transporte escolar do município. De acordo com o Ministério Público de Rondônia e Policia Civil, os acusados se associaram criminalmente para praticarem crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica, corrupção ativa, passiva e tentativa de homicídio.

 

Compra do Silencio

O suposto esquema vinha sendo frequentemente denunciado pelo radialista Hamilton Alves em seu programa, tendo ele inclusive, recebido a cerca de oito dias do atentado, uma proposta financeira para calar-se. O dinheiro teria sido oferecido pelo então Secretário de Obras do município de Governador Jorge Teixeira, Valter Siqueira de Almeida. O radialista recusou a proposta.

 

Presos

Permanecem cumprindo prisões preventivas, o vereadore Antônio Marcos Diógenes Cavalcante (PRB), o “Paçoca”, o chefe do setor de Licitação da prefeitura, André Willian Almeida Ferreira; a contadora Neuci Alves de Oliveira Nascimento; o empresário Raimundo José Corti, sócio da empresa VTP Transparente Transportes; e ainda Nivaldo de Moraes Aguiar, Thiago Cirillo Simões, Arnaldo Almeida Santos e Douglas Almeida Ferreira.

Cumprem medidas cautelares os investigados Eranides Pereira de Santana, Leoni Aparecida Cardoso Da Silva e Neusa De Almeida Santos. Theotônio Gomes Ferreira está foragido.

 

 

O esquema

De acordo com as investigações, o esquema fraudulento que se beneficiava do transporte escolar se dava em um grupo criminoso controlado pelo Vereador Antônio Marcos, vulgo Paçoca, o qual também guarda semelhanças com o atirador de Hamilton, além de ser visto com uma motocicleta com as mesmas características da utilizada na prática do crime.

Há suspeitas de que o vereador Antônio Marcos, atue na movimentação do dinheiro, além de indícios de participação em esquema de nomeação de cargos comissionados e no recebimento de quantias dos empresários e proprietários dos ônibus escolares.

O relacionamento entre a Vereadora Iranides e o administrador da VTP Transparente Transportes, o empresário Raimundo José Corti, vem sendo investigado. Interceptações telefônicas teriam demostrado em uma das situações, suas afinidades e a indicação de uma monitora ao trabalho no transporte escolar, por ela ter conhecimento do esquema.

Nivaldo de Moraes Aguiar, seria um dos reais proprietários da empresa VTP Transportes, Arnaldo ou “Naldin”, filho da Vereadora Neusa, o proprietário de 04 (quatro) ônibus, com suspeitas de que seu irmão André seja seu sócio nos ônibus inseridos na frota da VTP Transparente Transportes, com indicativos de que agiam em nome de Theotônio, este foragido até o momento.

A contadora Neuci Alves de Oliveira Nascimento, é apontada como contadora responsável pela repartição dos valores, além de também ser proprietária de um dos ônibus, assim como Thiago.

A Vereadora Iranides, seria a exploradora de três linhas.

Suspeita-se que Douglas Almeida Ferreira, tenha sido o responsável pela escolha da proposta mais vantajosa a VTP Transparente Transportes no pregão eletrônico.

A investigação apontou que os ônibus circulam com valores acima dos praticáveis, inclusive com a chancela da Secretária Municipal de Educação e Cultura Leoni, e do Prefeito João Alves, que está sendo investigado nos autos do IPL 496/2018, perante o Tribunal de Justiça/RO.

As investigações prosseguem com analise de uma vasta documentação aprendida, que poderá evidenciar a participação dos acusados e demais envolvidos.

Além dos documentos foram aprendidos 04 armas de fogo e um capuz similar ao utilizado por pistoleiros, aparelhos celulares além de motocicletas do mesmo modelo da moto utilizada pelos autores do crime da tentativa de homicídio de Hamilton Alves.


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