Na manhã desta sexta-feira (27), Jailton Pereira da Silva, conhecido como Jailton do Esporte, ex-candidato a vereador, procurou o portal Jaru Online via WhatsApp, para apresentar sua versão dos fatos sobre o assassinato de Edmilson Maturana da Silva, popularmente conhecido como Nego Maturana, ex-prefeito de Vale do Anari. O crime ocorreu no dia 22 de novembro, em Ariquemes, e Jailton que está foragido, admitiu a autoria, alegando motivos relacionados a uma longa disputa de terras e ameaças constantes.
A Versão de Jailton
Segundo Jailton, a situação começou com a venda de uma propriedade de sua posse em Cujubim, no valor inicial de R$ 7 milhões, para Nego Maturana. Ele afirma que Nego não cumpriu o combinado e tentou se apossar das terras sem efetuar o pagamento. A disputa teria se estendido por dois anos, período em que Jailton relatou ter sido alvo de ameaças e intimidações por parte de Nego.
Jailton disse ainda que Nego chegou a oferecer um pagamento muito abaixo do valor acordado, utilizando uma caminhonete, uma escavadeira (PC) e alguns cheques, mas o acordo teria sido descumprido novamente. Ele também acusa Nego de proibir qualquer negociação das terras com terceiros, alegando que corretores, potenciais compradores e ele próprio sofreram ameaças diretas.
O Estopim
Jailton narra que, no dia do ocorrido, Nego teria ido à sua casa em Jaru para recuperar a caminhonete que havia dado como parte do pagamento, acompanhado por homens armados que ficaram do lado de fora da residência. Temendo pela própria vida e sentindo-se encurralado após um histórico de ameaças e um suposto atentado anterior que ele atribui a Nego, Jailton afirmou que decidiu seguir Nego e executá-lo.
“Eu estava em um momento de extremo desespero. Temia que ele me matasse, como já tinha tentado antes. Não tive outra escolha”, disse Jailton.
Provas e Defesa
Jailton apresentou ao Jaru Online cópias de contratos de compra e venda das terras, comprovando que havia negócios entre ele e Nego Maturana. Ele também afirma ter inúmeras testemunhas que podem confirmar as ameaças constantes que sofria.
Os advogados de Jailton estão trabalhando na análise do inquérito policial e planejam pedir a quebra do mandado de prisão preventiva. A defesa também considera a possibilidade de depoimentos online enquanto aguardam as decisões judiciais. Jailton disse que está disposto a colaborar com a Justiça e provar os erros que, segundo ele, existem na investigação.
Contexto e Repercussão
O caso gerou grande repercussão na região, sobretudo pelo envolvimento de duas figuras públicas e pelas circunstâncias trágicas que culminaram no homicídio. Enquanto Jailton busca sustentar sua defesa alegando legítima defesa e opressão prolongada, a família de Nego Maturana exige justiça e afirma que as acusações de Jailton são infundadas, eles também já procuraram o site para rebater as informações das investigações policiais, afirmando que Nego não agiria desta forma.
O desfecho desse caso agora depende das investigações e do julgamento judicial, que promete ser acompanhado de perto por toda a comunidade.