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Jaru, 23 de novembro de 2024

Indígenas ocupam prédio da Funai e realizam protesto em Guajará

Cerca de 100 índios de 13 aldeias ocuparam o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e impediram os servidores cumprir expediente em Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho. De acordo com as lideranças do protesto, várias reivindicações estão em pauta e as prioridades são o aumento dos recursos financeiros destinados coordenadoria regional da Funai do município. A ocupação teve início na tarde da última quarta-feira (21) e continua por tempo indeterminado.

Os manifestantes pedem o aumento da fiscalização nas áreas de reserva indígena que, segundo eles, está sendo explorada ilegalmente por madeireiros e garimpeiros da região. Também pedem a construção de uma casa de apoio para os estudantes e criação de bolsas de estudos para os universitários.

A estudante Cristiane Piyin Oro Eo, reclama das dificuldades para concluir o ensino médio. “Muitos de nós temos dificuldades para estudar porque não temos condições de vir das aldeias todo dia. Às vezes os ônibus quebram. Muitos têm que pagar aluguel se quiserem estudar. Nossos pais tem que vender banana, macaxeira. Por isso queremos nossa casa de apoio”, diz Cristiane.

Segundo Gilmar Oro Nao, que é o líder da aldeia Cajueiro, a manifestação dos indígenas é pacífica. A pauta com as reivindicações foi encaminhada na tarde de quinta-feira (22) para a presidência da Funai, em Brasília (DF) mas até o momento não tiveram nenhuma resposta.

“Se não formos atendidos mais irmãos nossos vão continuar chegando aqui. Se até segunda-feira (26) nada for resolvido vamos fechar todos os prédios relacionados ao índio na cidade. Nossa situação não está boa nas aldeias, queremos providências”, declara o líder.

O coordenador regional da Funai de Guajará-Mirim, Adilson dos Santos, informou que a Funai de Brasília está ciente da ocupação e aguarda retorno sobre a pauta enviada.


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