Taxa ficou em 1,51% em abril antes 2,94% em março, acima da expectativa do mercado.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou a alta para 1,51% em abril, ante avanço de 2,94% em março, informou nesta quinta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas.
Com este resultado, o índice passou a acumular alta de 9,89% no ano e de 32,02% em 12 meses. Em abril de 2020, o índice havia subido 0,80% e acumulava alta de 6,68% em 12 meses.
Variação mensal do IGP-M — Foto: Economia/G1
“Todos os índices componentes do IGP-M recuaram em abril. A desaceleração da taxa de variação dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em 12 meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
O resultado de abril ficou acima da mediana das estimativas de 29 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 1,35%, com intervalo das projeções indo de 0,83% a 1,58%.
O IGP-M é conhecido como ‘inflação do aluguel’, por servir de parâmetro para o reajuste da maioria dos contratos de locação residencial. Ele sofre uma influência considerável das oscilações do dólar, além das cotações internacionais de produtos primários e matérias-primas.
Em 2020, o índice acumulou uma alta de 23,14%, a maior taxa desde 2002.
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Composição do índice
- O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 1,84% em março, ante 3,56% em março. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 6,33% em março para 3,16% em abril. As maiores pressões vieram dos preços do milho (8,70%), bovinos (3,09%);
- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,44% em abril, contra 0,98%no mês anterior;
- Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,95% em abril, ante 2% em março.
Pressão menor dos combustíveis
Nos custos ao consumidor, a principal contribuição para a desaceleração partiu do grupo Transportes (3,97% para 1,03%), com destaque para a gasolina, cuja taxa passou de 11,33% em março para 3,03% em abril.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,02% para -0,76%), Habitação (0,53% para 0,39%) e Vestuário (0,18% para -0,03%). Nestas classes de despesa, os destaques foram: passagem aérea (0,10% para -6,57%), gás de bujão (4,23% para 2,76%) e acessórios do vestuário (1,34% para -0,09%).
Em contrapartida, houve alta nos preços dos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para 0,99%), Comunicação (-0,10% para 0,36%), Alimentação (0,10% para 0,19%) e Despesas Diversas (0,21% para 0,37%). Entre os itens que ficaram mais caros, estão medicamentos em geral (-0,11% para 1,68%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,13% para 0,72%), laticínios (-1,51% para 1,00%) e serviço bancários (0,05% para 0,36%)