Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia – IDARON, através da Unidade de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV) de Ouro Preto do Oeste, iniciou uma ação para conscientizar e alertar a população da região da Grande Ouro Preto, mais especificamente as pessoas que residem em propriedades com gado leiteiro, para combater um provável surto da varíola bovina.
A medida foi tomada a partir de vários casos de pessoas que foram atendidas em unidades de saúde com sintomas semelhantes aos provocados pela varíola bovina, além de outros relatos de feridas nas mãos e antebraços de inúmeras pessoas que trabalham na ordenha, bem como lesões cutâneas nas tetas das vacas e focinhos dos bezerros.
De acordo com o chefe da ULSAV local, Peterson Piovezan Barbosa, os casos que vêm sendo relatados na região coincidem com o da varíola bovina. Mas, infelizmente, as pessoas, por receio ou medo, não estão comunicando, o que impossibilita a tomada de medidas necessárias para o isolamento e controle do surto.
“Quero deixar bem claro que os proprietários não sofrerão nenhum tipo de sansão e muito menos serão multados. Apenas precisamos que nos informem quando os sintomas iniciarem, para que possamos ir imediatamente até a propriedade colher material da lesão e do sangue dos animais para enviarmos para análise e também orientarmos sobre os cuidados de limpeza, higienização e desinfecção das regiões afetadas, além do local.”, explicou Peterson, lembrando que a única medida imposta será a interdição temporária da propriedade para trânsito de animais até que a varíola seja controlada.
Segundo a médica veterinária Karoline Paulino Grobério, não existe tratamento específico, tampouco vacina contra a varíola bovina, apenas terapia de suporte (cuidados de limpeza e higiene), uma vez que a varíola é autolimitante, ou seja, a própria doença estimula a imunidade do animal.
Karoline explicou que os primeiros sintomas nos seres humanos se dão pelo aparecimento de manchas vermelhas na pele e, posteriormente, a evolução para feridas com crostas nas mãos e antebraços. Isso provoca intensa dor no local, dor de cabeça e febre alta que podem durar por até 20 dias. Já nos animais, a médica veterinária esclareceu que as lesões surgem nas tetas dos animais em lactação e pequenas lesões na boca e focinho dos bezerros.
O chefe da ULSAV alertou que, além dos ferimentos e do incômodo, a varíola bovina também causa prejuízos econômicos aos proprietários de gado leiteiro, já que ocorre a diminuição na produção do leite, interdição da propriedade para entrada e saída de animais, emagrecimento dos bezerros, gastos no tratamento e afastamento dos ordenhadores.
A ação
Na próxima terça-feira (5), a equipe da ULSAV de Ouro Preto do Oeste irá se reunir com o responsável pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSAU), Cristiano Ramos; com o chefe da Vigilância Sanitária (VISA), Marçal Gomes de Sá, e com chefe do Centro de Controle e Zoonoses, médico veterinário Éder Nunes de Freitas. Eles irão traçar medidas para combater e isolar os prováveis casos de varíola bovina na região.
Também foram entregues panfletos sobre a varíola bovina em todas as casas agropecuárias da região. Os representantes da USAV irão massificar a ação através da imprensa por meio de sites, emissoras de rádios e TV locais.
Alerta
“Qualquer sintoma com características semelhantes ao da varíola bovina que for observado nos animais ou pessoas, deve ser imediatamente comunicado à IDARON local”, alertou Peterson.
Fonte:Gazeta Central