Jaru Online
Jaru, 25 de novembro de 2024

‘Fui salvo por celular’, diz testemunha de atentado em Paris

Uma testemunha diz ter sido salva por seu celular durante os ataques terroristas ocorridos na noite de sexta-feira em Paris.

Em entrevista à emissora francesa iTELE, Sylvestre conta que usou o aparelho e a jaqueta para se proteger da bomba que explodiu nos arredores do Stade de France. Segundo ele, um dos estilhaços que vinha em direção à sua cabeça acabou atingindo seu celular.

Pelo menos 127 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas, 99 em estado crítico, na série de ataques coordenados a bomba e tiros em seis locais diferentes de Paris, segundo o último balanço divulgado pelas autoridades.

 

ATAQUES EM PARIS
Ações simultâneas matam mais de 100

Sylvestre teve ferimentos leves. Ele disse ter comprado o aparelho havia poucos dias. O francês lembrou ainda que estava atravessando a rua falando ao telefone quando a bomba explodiu a poucos metros dele.

“Quando a bomba explodiu, vi os estilhaços vindo na minha direção. Fui salvo pelo meu celular. Senão, certamente (o estilhaço) atingiria minha cabeça”, contou ele à emissora.

“Minha jaqueta amorteceu o impacto dos estilhaços que vinham em direção a mim”, lembrou ele.

“Honestamente, eu não desejo isso a ninguém”, acrescentou.

‘Estado Islâmico’
Ataques a tiros e com bombas deixaram pelo menos 127 mortos na noite de sexta-feira em Paris. Foi o pior ataque a atingir a França desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e apenas dez meses depois do atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo.

Segundo as autoridades francesas, os atentados ocorreram em seis localidades distintas da cidade; o mais letal foi na casa de shows Bataclan, onde pelo menos 80 pessoas teriam morrido quando dois homens armados abriram fogo contra a plateia durante a apresentação de uma banda de rock americana.

Na manhã deste sábado, o presidente da França, François Hollande, disse que o grupo autodenominado ‘Estado Islâmico’ está por trás dos ataques, que chamou de “ato de guerra”.

Segundo Hollande, os ataques foram planejados e organizados no exterior com a ajuda de pessoas dentro da França.

Ele também declarou três dias de luto nacional.

Líderes mundiais expressaram solidariedade às vítimas dos ataques terroristas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou os atentados como uma “tentativa ultrajante de aterrorizar civis inocentes” e “um ataque contra toda a humanidade”.

Em sua conta no Twitter, a presidente Dilma Rousseff expressou “repúdio” à “barbárie terrorista”.

“Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês”, escreveu a presidente logo após os ataques.

Em comunicado, o governo brasileiro manifestou “profunda consternação” pela série de “atentados bárbaros” registrados em Paris e condenou as ações “nos mais fortes termos”.

“Ao mesmo tempo em que transmite suas condolências aos familiares das vítimas e empenha sua plena solidariedade ao povo francês e ao governo da França, o Brasil condena os ataques nos mais fortes termos e reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, qualquer que seja sua motivação”, disse o governo em comunicado divulgado pelo Itamaraty.

Dois brasileiros teriam ficado feridos, um deles, um arquiteto, com gravidade.

Ataques na França deixaram pelo menos 127 mortos (Foto: iTELE)Ataques na França deixaram pelo menos 127 mortos (Foto: iTELE)

Segurança reforçada
A França mobilizou 1,5 mil soldados para fazer a segurança de prédios públicos, religiosos e atrações turísticas. Escolas e universidades, muitas das quais abrem normalmente aos sábados, foram fechadas como parte das medidas de segurança implementadas por autoridades locais.

O governo também reimpôs os controles de fronteira que foram abandonados por causa da zona de livre trânsito da União Europeia. Oficiais da alfândega e das fronteiras passam agora a checar pessoas, bagagens e veículos entrando na França e saindo país por terra, mar e ar.

As autoridades francesas também pediram à população que permanecesse em casa.

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