E o que diferenciou as amêndoas deles das outras amostras? O g1 ouviu Adriana Reis, bióloga, doutora em microbiologia, gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau (CIC) e coordenadora do painel sensorial do Concurso Nacional, que explicou os pontos que deram o pódio aos rondonienses.
CCN51
Deoclides Pires da Silva, de Jaru (RO), foi campeão pelo segundo ano consecutivo na categoria ‘Varietal’, com a variedade CCN51. De acordo com Adriana, a amostra teve 7,50 pontos e o grande destaque foram as notas de fruta fresca.
“A amostra tirou uma nota maior em qualidade global e ela ganha por conta da nota de fruta fresca. As notas de frutadas foram maiores, tanto fruta fresca quanto fruta marrom”, explicou.
Além disso, outros critérios foram essenciais para Deoclides garantir o pódio pela segunda vez, como baixo amargor e baixa adstringência.
“Também tinha uma nota alta de especiaria e baixo amargor e baixa adstringência. Ela [amostra] ganha porque ela teve uma qualidade global superior as demais, com acidez cítrica, amargor e adstringência mais baixo que as ademais amostras”, disse.
Pontos fortes:
- Fruta fresca;
- Fruta marrom;
- Adocicado;
- Especiarias;
- Baixo amargor;
- Baixa adstringência.
Cacau produzido na propriedade de Deoclides, em Jaru (RO) — Foto: Mikely Azevedo/Rede Amazônica
Blend
Robson Tomaz, de Nova União (RO), disputou a categoria ‘Blend’, que segundo Adriana Reis, é a mais disputada. Com 7,33 pontos, as amêndoas apresentadas por Robson também tiveram características sensoriais que conqusitaram os juízes.
“Ela ganha porque ela é uma amostra frutada, com força em fruta fresca. Ela se destaca no floral, que é um pouquinho acima das demais, o floral cogumelo e ela tem zero off flavors. [Ela é] muito limpa. É uma amostra suave, adocicada, cítrica, frutada e também tem baixo amargor e baixa acidez”, pontuou Adriana.
Pontos fortes:
- Pontos fortes:
- Fruta fresca;
- Floral;
- Zero Off Flavors
- Adocicada;
- Cítrica;
- Baixo amargor;
- Baixa acidez.
Futuro promissor?
O cacau de Rondônia recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) na espécie Indicação de Procedência (IP). O registro foi publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O selo é concedido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem.
“Possui sabor inconfundível e uma gordura de qualidade diferenciada para a produção de alimentos achocolatados de consistências e sabores diversos”, apontou o Inpi.
Semente de cacau dá origem ao chocolate — Foto: Reprodução/Redes sociais
Para Adriana Reis, o futuro do cacau de Rondônia é promissor, mas depende do interesse das grandes indústrias de chocolate.
“O futuro do cacau de Rondônia é eles se consolidarem no mercado de chocolate. Porque falta despertar interesse das grandes marcas de chocolate do Brasil para conseguir estar nessas marcas. Qualidade eles já mostraram que tem, agora é ampliar dentro do território e conseguir se consolidar no mercado”, explicou a especialista.
G1 RO