Arroz, feijão, farinha, macarrão: alimentos básicos e fundamentais na mesa de qualquer brasileiro. Mas com o fim do auxílio emergencial, o país vai ter milhões de pessoas cruzando a linha da pobreza extrema. Como ficam as famílias que não vão ter dinheiro nem para comer? Quais são as saídas?
Criado no começo da pandemia, o auxílio permitiu que a parte mais frágil da população se protegesse da Covid-19, respeitando medidas de isolamento. De abril a setembro, o pagamento foi de R$ 600 ou R$ 1.200 no caso das mães que criam filhos sozinhas. A partir de outubro, caiu pela metade.
O benefício chegou a quase 68 milhões de pessoas. Na última quinta-feira, foram liberados os últimos pagamentos.
A estimativa é de que o fim do auxílio vá deixar ao menos 63 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e 20 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza extrema. São brasileiros que não sabem mais como vão pagar as contas e colocar comida na mesa enquanto a pandemia segue com números altos de mortes e novos casos.
O fim do auxílio esquentou o debate sobre uma possível extensão do benefício. Economistas se preocupam com o impacto fiscal, já que o endividamento público chegou ao maior nível da história em dezembro, alcançando quase 90% do PIB, e o problema é que o aumento do gasto público pode agravar a crise econômica, gerando mais desemprego e mais inflação.
Mesmo assim, há diferentes propostas sobre como custear o alívio aos mais necessitados. Veja na reportagem.
O Fantástico consultou o Ministério da Economia, que não quis se manifestar sobre o fim do auxílio emergencial. O Ministério da Cidadania disse, em nota, que incluiu mais 1,2 milhão de pessoas no Bolsa Família este ano. Agora, no total, são mais de 14,2 milhões de famílias beneficiadas, com um valor médio de R$ 190,57.
O Ministério da Cidadania afirmou ainda que tem trabalhado na reformulação do programa e que uma nova proposta deve ser anunciada nos próximos dias, ampliando o número de famílias contempladas, reajustando os valores pagos atualmente e dando maior eficiência no gasto do dinheiro público. A pasta, que também administrava o auxílio emergencial, não respondeu sobre uma possível retomada do benefício por causa do agravamento da pandemia.