A família do jovem Fernando Machado Concórdia, de 18 anos, faz campanha para pedir que o público doe sangue do tipo A+. Ele vem lutando contra uma doença ainda não diagnosticada, mas que os médicos suspeitam que seja um tipo de leucemia aguda.
O rapaz, que é de São Francisco do Guaporé (RO), segue internado no Hospital de Base, em Porto Velho.
“De domingo para segunda [do último fim de semana], às 3h, Fernando começou a ter um sangramento. Eu perguntei para minha tia o porquê de ainda não realizarem a transfusão de sangue e plaquetas dele, que o médico alegou ser necessário. As enfermeiras informaram que não havia sangue compatível com o dele no banco de sangue. Nisso, nós começamos a campanha”, revelou Patrícia Machado da Silva, de 25 anos, prima de Fernando.
Com a campanha já iniciada, Fernando conseguiu a doação de duas bolsas de sangue e uma de plaquetas, o que estabilizou seu estado clínico. Mas o jovem ainda necessita de sangue e plaquetas compatíveis com seu tipo sanguíneo A+.
As doações podem ser feitas no nome de Fernando em qualquer hemocentro do estado. Já as doações de plaquetas só podem ser feitas na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron), em Porto Velho.
Estado de saúde
Fernando está internado no Hospital de Base desde a última sexta-feira (1º). Tudo teria começado quando o jovem sentiu dor de cabeça, segundo a mãe, Lucimar Monteiro Machado, de 38 anos.
“No início, o Fernando começou a sentir uma simples dor de cabeça e no pescoço, e foi ficando amarelo […]. Nós fomos diversas vezes aos hospitais da cidade. Porém, os médicos afirmaram que se tratava apenas de uma anemia leve que se resolveria com uma dieta saudável”, relatou.
Fernando Machado passou por hospitais e tem um diagnóstico preciso do que tem, em Rondônia. — Foto: Arquivo pessoal
Após idas e vindas à hospitais, Lucimar relembrou os dias em que o quadro de saúde do rapaz se agravou.
“Em casa, ele começou a reclamar de dor no ‘pé’ da barriga, de um dia para o outro a urina dele ‘trancou’. Voltamos ao hospital, só deram remédio para liberar a urina dele e nos mandaram para a casa. Quando eu cheguei em casa, ele voltou a piorar. Fomos a outro médico que realizou um ultrassom, onde mostrou que a próstata do Fernando estava maior que a de um homem de 50 anos”.
Ao levar o ultrassom ao hospital da cidade, o jovem chegou a ficar internado durante quatro dias, mas logo depois recebeu alta ainda sem uma resposta sobre o seu quadro de saúde.
Após cerca de uma semana internado em um hospital particular de Cacoal, Fernando foi transferido para Porto Velho com um encaminhamento indicando a suspeita de Linfoma de Burkitt, um tipo de câncer agressivo que acomete o sistema linfático do paciente.
Já no Hospital de Base, os exames de Fernando apontaram para outra possibilidade de diagnóstico: o de leucemia aguda. “Nos exames dele, os médicos já afirmam: tudo indica que é uma leucemia aguda. Ela é agressiva, mas ainda estamos aguardando o resultado da biópsia chegar”, disse Lucimar.
Amado por todos
“Esse menino é fácil falar dele. Ele é um menino obediente. Tudo o que você pedia ele não sabia dizer ‘não’. Se você pensar em uma pessoa boa, multiplica. É simples assim”, desabafou um dos tios do rapaz, Enedino Monteiro Machado.
Conhecido como “filho do Tião Padeiro” em São Francisco do Guaporé, Fernando morava com a família na Zona Rural da cidade. Completou 18 anos em fevereiro e estava concluindo o ensino médio, além da autoescola.
Fernando e a esposa, Letícia Correia Schweigert. — Foto: Arquivo pessoal
“É o que mais dói. O fato de ele ter apenas 18 anos, que completou agora em fevereiro, e foi quando começou a sentir os sintomas da doença. Ele é muito jovem, muito responsável, sempre foi muito feliz com tudo o que ele tinha, apesar de não ter muito”, contou Patrícia, prima de Fernando.
Patrícia contou ainda que, em dezembro de 2019, a namorada de Fernando, Letícia Correia Schweigert, descobriu que estava grávida do primeiro filho do casal, momento em que os dois decidiram se casar.
“Acho que esses estavam sendo os melhores dias da vida dele. Acompanhar o crescimento da barriga da esposa. Ela sempre dizia que o Fernando não podia chegar perto da barriga dela que o bebê sempre se mexia muito”, relatou.
“Foi tudo muito rápido, a doença nos pegou de surpresa. Mas nós temos fé que ele vai vencer essa batalha, ele tem muitos sonhos para serem realizados”, disse Patrícia.
Família faz campanha para doar sangue a Fernando Machado em Porto Velho. — Foto: Arquivo pessoal
Para doar sangue é preciso:
- Estar em boas condições de saúde e descanso;
- Ter entre 16 e 67 anos (menores, a partir dos 16 anos podem doar acompanhados de um dos pais ou responsável legal; maiores de 65 anos só podem doar se já doaram antes dos 60 anos);
- Pesar no mínimo 50 kg;
- Estar alimentado (mas evite ingerir alimentos gordurosos);
- Apresentar documento oficial de identidade com foto;
- Não ter tido hepatite após os 10 anos de idade;
- Não estar utilizando medicamentos;
- Não estar resfriado ou com gripe;
- Não ter tido doença de Chagas, Sífilis, Malária ou ser soropositivo de AIDS;
- Não ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses;
- Não estar grávida ou amamentando.