O total das exportações dos Cafés do Brasil, no acumulado de dez meses, especificamente no período de janeiro a outubro de 2023, atingiu o volume físico equivalente a 30,624 milhões de sacas de 60kg, as quais proporcionaram uma receita cambial de US$ 6,4 bilhões. Tais desempenhos, contudo, na comparação com o mesmo período anterior de 2022, representaram queda de 5,5% no volume exportado e de 16% na receita cambial.
Desse volume físico dos Cafés do Brasil vendido aos países importadores, 24,237 milhões de sacas, que correspondem a 79,1% do total exportado, foram da espécie de Coffea arabica, 3,265 milhões de sacas (10,7%) de Coffea canephora (robusta+conilon), 3,081 milhões de sacas de solúvel (10,1%), e, finalmente, 41,733 mil sacas de café torrado e torrado e moído, que equivalem a 0,1% dessas vendas ao exterior.
Caso seja feito um ranking, em ordem decrescente, apenas dos cinco principais países importadores dos Cafés do Brasil, no período em referência, constata-se que os EUA permanecem como o principal importador do produtor brasileiro por ter comprado o equivalente a 4,961 milhões de sacas de 60kg, volume que representa 16,2% do total exportado.
Na segunda posição, figura a Alemanha com a compra de 3,748 milhões de sacas (12,2%), seguida da Itália com a importação de 2,484 milhões de sacas (8,11%). E, em quarto lugar, o Japão, com 1,883 milhão de sacas (6,14%); e, por fim, em quinto lugar, vem a Bélgica com o correspondente a 1,64 milhão de sacas, performance que representa 5,35% do volume total exportado dos Cafés do Brasil no período em tela desta análise. Demais países importadores completam os 100% do total vendido.
Convém ressaltar nesta análise que os números e dados estatísticos do desempenho das exportações dos Cafés do Brasil, no período de janeiro a outubro de 2023, ora em destaque, entre outros dados relevantes do setor, foram obtidos do Relatório mensal outubro 2023, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, o qual é coordenado pela Embrapa Café.
Neste mesmo contexto da análise da performance dos Cafés do Brasil, referente ao mesmo período, o Relatório do Cecafé também destaca as exportações dos cafés diferenciados, que são aqueles cafés que possuem qualidade superior e/ou certificados de práticas sustentáveis.
Assim, conforme os dados divulgados, as exportações dos cafés diferenciados atingiram um volume físico equivalente a 5,183 milhões de sacas de 60kg, as quais equivaleram a 16,9% do total das vendas do produto brasileiro nesse período para os países importadores, cuja receita atingiu o montante de US$ 1,209 bilhão, representando em torno de 18,9% do total arrecadado no período em foco.
Outros dados interessantes que constam do Relatório mensal outubro 2023, do Cecafé, e que merecem destaque nesta análise, foram as exportações brasileiras de cafés verdes realizadas para países produtores, também nos dez primeiros meses de 2023, países que são, obviamente, concorrentes do nosso País no cenário e mercado internacional da cafeicultura. Assim, com base nos dados do Cecafé, vale salientar pelo menos cinco países produtores, em ordem decrescente, que realizaram tais compras.
Dessa forma, constata-se que a Colômbia importou do Brasil nesse período o equivalente a 964,356 mil sacas de 60kg; o México, na sequência, o correspondente a 341,479 mil sacas; a Indonésia, na terceira posição, adquiriu 153,890 mil sacas; na quarta colocação o Vietnã, com a compra de 110,636 mil sacas; e, em quinto lugar, a República Dominicana com a importação de 75,894 mil sacas de 60kg dos Cafés do Brasil. O Relatório do Cecafé aponta ainda mais doze países produtores que adquiriram o café brasileiro, mas em quantidades menores.
Lucas Tadeu Ferreira / Thiago Cavaton / Embrapa