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Jaru, 23 de abril de 2024

Experimento nos EUA testa eficácia contra coronavírus de milhares de remédios que já existem

Em laboratórios do mundo inteiro, a ciência está empenhada na busca incessante por um tratamento contra a Covid-19. Medidas como o isolamento social e o uso de máscaras, que diminuem a velocidade com que o coronavírus se espalha, ajudam a ganhar tempo para que as pesquisas avancem. E progressos estão acontecendo. A cada semana, cientistas fazem descobertas sobre novos medicamentos e entendem melhor como tratar pacientes em estado grave.

Na cidade que é o epicentro da pandemia hoje, cientistas da Universidade Columbia fazem um trabalho massivo. Um experimento está testando milhares de remédios que já existem para saber se algum deles é eficaz contra o coronavírus.

“Nós testamos algumas drogas que pareciam promissoras e estamos vendo que elas realmente funcionam. Agora estamos tentando expandir esses testes para todas as 16 mil substâncias que nós temos”, explica Alejandro Chavez, pesquisador.

O experimento já existia e buscava uma droga antiviral que pudesse enfrentar muitos tipos de vírus, como dengue, chikungunya, herpes, hepatite, HIV. O coronavírus só foi adicionado aos testes depois do início da pandemia. O que a equipe do Dr. Chavez faz é testar os remédios um a um, mas contra vários vírus ao mesmo tempo. Os medicamentos, que vêm de uma biblioteca de substâncias, vão sendo testados em tubinhos. Os pesquisadores continuam buscando um antiviral de amplo espectro, mas já começaram a separar algumas substâncias que se mostraram promissoras contra o corona – os chamados inibidores de protease.

O vírus induz a produção de uma proteína longa, que precisa ser cortada em pedaços para ele poder se multiplicar. O inibidor impede esse corte. “É, se essa quebra não acontecer, o vírus não consegue se replicar”, explica o pesquisador.

As substâncias que pareceram mais eficazes em laboratório já foram encaminhadas para ensaios clínicos. “Tem três ou quatro parecem realmente muito promissoras, então eu tenho esperança de que pelo menos uma delas tenha algum efeito em humanos”, conta o pesquisador.

No Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, São Paulo, pesquisadores fazem uma experiência parecida. Desde janeiro, 2 mil substâncias foram testadas contra o coronavírus em um estudo patrocinado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Uma delas foi capaz de matar 94% dos vírus in vitro.

“Ela é de um preço bastante acessível e consegue ser produzida em grande escala. E inclusive existem formulações pediátricas dessa droga também”, afirma Antonio José Roque, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.

É um remédio genérico com poucos efeitos colaterais. E vai ser testado em sete hospitais militares, num ensaio clínico com 500 pacientes. Apenas a metade vai receber o remédio, para comparar o desempenho com os que não receberam. Mas o laboratório continua tentando identificar outras armas para a guerra contra a Covid-19.

“A gente tem uma batalha importantíssima para ser lutada agora, e esse remédio pode ajudar se der certo nos testes clínicos, mas você precisa de um coquetel”, explica Roque.

Enquanto não há um antiviral específico, os médicos tentam compreender melhor a evolução das doenças. A maioria dos infectados não tem sintomas, ou tem sintomas muito leves. Mas os casos graves da Covid-19 evoluem rápido, só que não da mesma maneira em todas as pessoas. E os médicos já estão aprendendo a identificar algumas dessas diferenças e a como tratar cada paciente. Veja na reportagem.

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