Camaro que era usado como viatura foi devolvido ao antigo dono após ordem da Justiça — Foto: Reprodução/Instagram
Desde abril de 2020, o Camaro transformado em viatura pela Polícia Militar (PM) fazia muitos olhos brilharem nas ruas de Porto Velho, principalmente entre as crianças e adultos apaixonados por veículos. No entanto esta atração pública foi encerrada sem aviso prévio.
Isto porque uma recente decisão judicial ordenou que a PM devolvesse o Camaro ao antigo proprietário, um empresário do ramo de combustíveis investigado e acusado tráfico de drogas.
O caso ganhou repercussão nesta semana depois que o próprio comerciante fez uma foto em cima do veículo plotado, como forma de provocar e debochar da polícia de Rondônia.
Mas qual a origem desta história?
O Camaro foi apreendido pela Polícia Federal (PF) em 2017, durante uma operação que investigava o tráfico de drogas em Porto Velho. Durante três anos o veículo ficou deteriorando num pátio de sucatas.
Em 2020, a Justiça autorizou a doação do Camaro à PM-RO para ser usado como viatura. Após a polícia ter a posse do automóvel de luxo, uma concessionária e uma empresa de logística doaram o material para caracterização em viatura.
Veículo foi entregue à PM em 2020 — Foto: PM/Divulgação
Ficou acordado, à época, que a manutenção do Camaro seria realizada pela iniciativa privada e o estado custearia apenas o combustível.
Durante os últimos três anos, a PM-RO usou o Camaro em atividades e eventos como o Desfile de 7 de Setembro e também nos policiamentos específicos, seguindo o cronograma do Comando-Geral.
Ordem para devolução
Segundo apurou a Rede Amazônica, o empresário que teve o carro apreendido entrou na Justiça para requerer o veículo de volta e obteve uma liminar a seu favor.
Para cumprir a ordem judicial de forma imediata, a polícia não teve tempo de remover o brasão da PM, e nem o giroflex foi retirado do Camaro.
O que diz a PM?
Após a repercussão da foto do homem ‘debochando’ da polícia, o Comando-Geral da PM divulgou uma nota lamentando a situação e ressaltou que o homem agiu de má-fé.
Segundo a corporação, o Camaro foi retirado do quartel em Porto Velho por um caminhão guincho particular e que o combinado era para levar o automóvel até uma empresa, onde uma guarnição iria fazer a ‘descaracterização da viatura’.
“No entanto, durante o trajeto, o motorista do guincho mudou o percurso sem autorização, descarregando o veículo [Camaro] para a retirada indevida da fotografia veiculada na mídia. O veículo permaneceu no local por poucos minutos e, em seguida, foi encaminhado para outra empresa especializada que não era aquela onde a guarnição aguardava”, diz a PM.
Em nota, a PM explica que como o Camaro não chegou ao endereço combinado para retirada da plotagem, foram iniciadas diligências policiais no intuito de localizar o automóvel.
“O Camaro foi encontrado em processo de descaracterização e, a partir deste momento, foi acompanhado pela guarnição até a completa retirada dos equipamentos e da plotagem. É importante deixar claro que o veículo não foi entregue caracterizado ao proprietário, mas apenas foi liberado para transporte às expensas do advogado. Desta forma, qualquer desvio ocorrido no trajeto não teve aval da PM, que confiava na boa fé do advogado e seu cliente em cumprir as condições por eles assumidas no ato da assinatura do termo de recebimento para transporte”, reitera a nota.
O Comando finaliza afirmando ter adotado medidas administrativas e judiciais devido à exposição indevida com as características da PM-RO (veja abaixo a nota na íntegra).
Comando da PM divulgou nota esclarecendo situação do Camaro — Foto: Reprodução
G1