Projetos sociais desenvolvidos para levar assistência médica às comunidades indígenas e ribeirinhas fortalecem a promoção da saúde e contribuem com o bem-estar dessas populações. Um dos mais conhecidos é o da ONG “Doutores da Amazônia”, que em 2022 estabeleceu uma meta para atender ao menos 1 mil indígenas de Rondônia por ano. Na ocasião, 35 voluntários percorreram a região para levar atendimentos odontológicos, farmacêuticos, fisioterápicos e psicológicos.
E a meta estabelecida em 2022 foi mais que ultrapassada neste ano. De 20 de abril e 1° de maio, a organização não governamental atendeu comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira, em Porto Velho, e cerca de 2.500 atendimentos foram ofertados por profissionais da ginecologia, pediatria, medicina da família, psicologia, fisioterapia, oftalmologia e enfermagem.
Projetos sociais a povos indígenas e ribeirinhos do estado desempenham um papel vital na melhoria da saúde. De acordo com o especialista em sorriso Gui Martínez, existem várias razões pelas quais essas iniciativas, que envolvem, por exemplo, dentistas para os indígenas são cruciais.
“Projetos sociais que atendam os povos indígenas possuem importância por diversos motivos. Um deles é o acesso limitado aos cuidados odontológicos, pois muitas comunidades indígenas vivem em áreas remotas e isoladas, onde o acesso a serviços de saúde é escasso. Isso inclui cuidados básicos. Esses projetos permitem que os dentistas alcancem essas comunidades e forneçam atendimento odontológico necessário”, explicou.
O especialista ainda pontua que outro benefício dos projetos sociais é o tratamento de condições dentárias.
“Muitas comunidades indígenas sofrem com altas taxas de cáries, doenças periodontais e outras condições dentárias. Os dentistas voluntários fornecem tratamento para essas condições, aliviando a dor e o desconforto, além de prevenir complicações mais graves”, explica.
Ainda segundo Gui Martínez, as ações comunitárias fornecem acesso a cuidados odontológicos essenciais, educação em saúde bucal, tratamento de condições dentárias e promovem o fortalecimento das comunidades indígenas.
“Essas iniciativas contribuem para a redução das disparidades de saúde e para a promoção da equidade no acesso aos cuidados de saúde”, finalizou.
Atuação em Rondônia
O projeto “Doutores da Amazônia” atua em Rondônia desde 2014, e anualmente atende indígenas com serviços de saúde bucal, inclusive oferecendo próteses, processos oftalmológicos com entrega de óculos e consultas ginecológicas, entre outros.
A ação era chamada inicialmente de Doutores sem Fronteiras e foi fundada pelo Doutor Caio Machado, pós ele participar de uma ação em comunidades ribeirinhas de Porto Velho. No início, apenas atendimentos odontológicos eram realizados, mas outras especialidades da medicina e da fisioterapia foram incluídas nas ações.
Ao longo de quase uma década, o projeto teve apoio de outros órgãos, como o Distrito Especial de Saúde Indígena (Dsei), Fundação Nacional do Índio (Funai), Kanindé e a Associação Metareilá.
Durante a pandemia foram doados máscaras e produtos de higiene e limpeza para indígenas de Rondônia se protegerem do novo coronavírus.
‘Doutores da Amazônia’ realizam mais de 2.500 atendimentos no Baixo Madeira
G1