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Jaru, 29 de março de 2024

‘É Ganhar Ou Ganhar’, Diz Ministro Sobre Guerra Contra Aedes Aegypti

O ministro da saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o Brasil vai vencer a guerra contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. “Nós precisamos ganhar e vamos ganhar a guerra contra o inimigo número 1 do país, que é o mosquito Aedes aegypti”, disse. “Se juntarmos as três esferas do governo e a sociedade, vamos vencer essa guerra. Só temos um caminho: é ganhar ou ganhar.”

 

AEDES AEGYPTI

A declaração aconteceu em um debate no programa Roda Viva, da TV Cultura, cujo tema foi a luta contra o mosquito. O ministro tinha dito, em 22 de janeiro, que o Brasil estava perdendo a guerra contra o mosquito.

Também participaram do debate o secretário de Saúde do estado de São Paulo, David Uip, o secretário de Saúde do município de São Paulo, Alexandre Padilha, o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, além de José Guedes, professor de Medicina Social da Santa Casa e José Carvalheiro, professor de Medicina Social da USP de Ribeirão Preto.

O ministro assegurou que não faltarão recursos públicos para o combate ao Aedes aegypti e à microcefalia. “O entendimento do governo federal é de que este é o maior problema que o Brasil está enfrentando e não faltarão recursos públicos.”

Nesta segunda, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência em saúde pública internacionaldevido ao aumento de casos de microcefalia possivelmente relacionados ao zika vírus.

Mosquito está mais difícil de matar
Discutindo os motivos pelos quais o Brasil não está conseguindo controlar o Aedes aegypti, o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, observou que o mosquito está mais difícil de matar atualmente por causa da seleção artificial. “Estudos mostram que o mosquito consegue fugir mais facilmente, colocar ovos em água não tão pura e sobreviver em temperaturas mais amenas (antes era só na época do calor).  Ou seja, com a trégua que demos ao mosquito, selecionamos mosquitos mais resistentes.”

O professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, José Guedes, citou que um dos principais problemas do combate ao Aedes é a interrupção das ações contra o mosquito que ocorrem em mudanças de governo. “É preciso entender que não é um problema de um governo específico, mas da nação. Ou a nação se estrutura, se organiza, ou não conseguiremos combater o mosquito da dengue.

Vacina pentavalente contra dengue e zika
Kalil lembra que o Instituto Butantan, além de estar iniciando a última fase de testes de uma vacina contra dengue, também começa a desenvolver uma imunização contra o zika vírus. “Estamos trabalhando na vacina da zika aproveitando os estudos que fizemos na vacina contra dengue. Se conseguirmos o que queremos, quem sabe a gente tenha, no futuro, uma vacina pentavalente: contra os quatro tipos de dengue e zika.”

O instituto também deve trabalhar no desenvolvimento de um soro contra o zika vírus, ou seja, uma substância capaz de atacar o vírus já presente no organismo. “A ideia é, quando fizermos um diagnóstico de zika em uma mulher grávida, imediatamente aplicar o soro para acabar com o vírus circulante e evitar que a criança seja afetada.”


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