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Jaru, 28 de novembro de 2024

Dólar comercial fecha acima dos R$ 5 pela 1ª vez na história

dólar comercial, referência nas transações entre empresas e bancos, fechou, pela primeira vez, cotado acima dos 5 reais. Nesta segunda-feira, 16, a moeda americana disparou 4,86% e encerrou em 5,0467 reais. O dólar turismo teve valorização de 4,175%, para 5,24 reais.

A forte alta ocorreu depois de o Federal Reserve (Fed), banco central americano, cortar sua taxa de juro para zero na noite de domingo (15), sinalizando grande preocupação com os efeitos negativos da pandemia do coronavírus Covid-19 sobre a economia dos Estados Unidos e mundial.

No mercado financeiro do mundo inteiro, o anúncio do Fed, que antecipou a reunião de seu comitê de política monetária de amanhã e quarta para ontem, disparou mais uma onda de pânico. Jason Vieira, economista-chefe da Inifity Asset, definiu a medida como “atropelada”. “Se tivessem feito isso na quarta-feira (18), não teria gerado esse pânico todo”, comentou.

O Banco Central brasileiro, cujo comitê de política monetária tem reunião agendada para amanhã e quarta-feira, também está sendo pressionado a cortar a taxa básica Selic. Para o banco de investimento suíço UBS, a autoridade monetária brasileira precisava agir ainda nesta segunda e diminuir a taxa em 1 ponto percentual, para 3,25% ao ano. A perspectiva de corte de juros no Brasil também impulsiona o dólar hoje, já que, com retornos menores na renda fixa, investidores estrangeiros podem sair do país para aplicar seus recursos em países considerados mais seguros.

“O corte de juros pelo Fed deu uma perspectiva muito ruim para o futuro”, diz Vanei Nagem, analista de câmbio da corretora Terra Investimentos. “Não dá para dimensionar o tamanho da crise.”

O avanço do surto no Brasil também preocupa o mercado. Ontem, o Ministério da Saúde informou que o número de casos confirmados de infectados pelo Covid-19 no país subiu de 121 para 200. “O aumento da contaminação pode afetar o real. Se houver risco de abastecimento, um colapso do sistema de saúde, tudo isso conta. Se as empresas começarem a colocar os trabalhadores de quarentena, há o risco de abalar as linhas de produção também”, afirma Nagem.


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