O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Jaru, por meio do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne), ofertou o Curso Básico de Libras, no período de 08 a 31 de janeiro de 2024. O curso ofereceu 40 vagas na modalidade presencial, com encontros todas as segundas e quartas-feiras, das 19 às 22 horas, no próprio campus. A iniciativa foi aberta à comunidade interna e externa por meio de prévia inscrição, com pré-requisito para os participantes de serem maiores de 18 anos e possuírem ensino fundamental completo.
O curso foi ministrado pelas Professoras Ana Paula Ferreira e Silvana Saldanha, Intérpretes de Libras que atuam como colaboradoras terceirizadas do Campus Jaru. O conteúdo programático abrangeu de forma introdutória e básica a Língua brasileira de Sinais, contemplando aspectos teóricos, como o histórico da Libras e os cinco parâmetros que a compõem, e aspectos práticos, como o estudo do alfabeto, saudações, frutas e outros alimentos, cores, verbos, disciplinas escolares, dias da semana, meses do ano, entre outros conteúdos básicos.
A metodologia incluía interação e prática entre os participantes e exposição visual de imagens ilustrativas das configurações de mão e faciais dos sinais. Os participantes receberão certificado de 40 horas. Sobre a experiência de ministrar o curso, Ana Paula conta que “tem sido muito gratificante ver o retorno dos alunos que participaram e o empenho de cada um em querer aprender. Eu automaticamente aprendo junto com cada aluno nessa troca de experiências e informação. É um desafio que vale a pena quando a gente aceita, encara e se prepara e o aprendizado é diário”.
Para a Professora Silvana, “foi satisfatório ver a evolução da turma. Começamos bem do básico, com o alfabeto, depois fomos introduzindo sinais, e minha satisfação foi imensa quando vi alunos conseguindo formar frases e depois conseguindo compreender o que o surdo estava falando. Para mim, foi motivo de alegria”. Após a última aula, dia 31/01, houve as falas de encerramento do Diretor-Geral do campus, Renato Delmonico, e do Diretor de Ensino, Michael Marçal. E, ao final, um momento de integração dos alunos com coffee break.
Entre os alunos participantes, Denise da Silva, aluna do Curso EaD em Pedagogia do IFRO, manifestou sua satisfação com a capacitação: “é uma experiência incrível que permite a todos aprender a se comunicar com a comunidade surda. Aprender Libras é uma forma de promover inclusão, empatia e compreensão”. Estudante do Curso Técnico em Segurança do Trabalho Subsequente ao Ensino Médio, Mauro Baessa Filho, diz: “para mim foi muito bom, apesar da carga horária pequena. Na minha sala tem um aluno surdo, quero poder praticar e desenvolver o que aprendi no curso”.
Como representante da comunidade externa, José Salviano Ferreira Pereira, Diretor da Escola Adventista de Jaru, também participou do curso: “no meu dia a dia eu não tenho convivência com surdos, mas eu gosto muito de participar desses eventos porque sempre a gente precisa quando sai para algum lugar, na rua, na feira, às vezes um atendimento no hospital, a gente percebe que alguns têm dificuldade de ser atendidos. Para mim o curso foi muito importante e com certeza participarei dos próximos”. Ele completou: “nós sabemos que, apesar de trabalharmos para desenvolver ao máximo a cultura surda dentro da escola e da comunidade, ainda percebemos que existe um pouco de preconceito, devido as pessoas não conhecerem a linguagem. Então, esses cursos, apesar de serem de poucas horas, são de grande aprendizado para todos nós que estamos envolvidos principalmente na área da educação”.
Durante os encontros, esteve presente Carlos Nielson Nogueira, aluno surdo que foi convidado a participar das aulas. Sua interação junto à turma contribuiu para apresentar de forma prática a realidade da convivência e diálogo com os surdos. Com auxílio da tradução feita pelo Professor Thiago Ascencio, Intérprete de Libras da Universidade Federal de Rondônia (UNIR Campus Ji-Paraná), que participou do curso como convidado, Carlos contou sua opinião sobre o curso: “é bom que todos aprendam a experiência da Libras, vim para ajudar, não pode ter vergonha, tem que ter esforço para aprender. Gostei bastante de participar, se houver novamente virei para ajudar os alunos na experiência. A prática se faz no dia a dia, às vezes pode ser difícil, mas a prática é importante para a evolução”.
