Segundo a polícia, o menino apresentava sinais de desnutrição, queimaduras no corpo e estava ‘preso’ por cadeados há cerca de três dias. O pai e madrasta foram presos em flagrante.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, um técnico da concessionária de energia da capital estava trabalhando nas proximidades, quando foi informado por uma criança, que seu colega estava preso e com fome dentro de uma residência.
Ao ouvir o relato da criança, o homem entrou na casa, que não possui portão, e viu o menino preso a uma corrente com cadeado na janela da frente. Imediatamente o funcionário acionou a Polícia Militar (PM) e informou seu supervisor.
Quando a equipe policial chegou no local, encontrou a criança em uma cama, em estado de abandono, magro e debilitado.
O menino tinha uma queimadura na perna esquerda e estava preso por uma corrente trancada com dois cardeados, que foram abertos com um alicate. A vítima foi encaminhada à Policlínica Ana Adelaide para os primeiros socorros.
O irmão mais velho da vítima, de 16 anos, estava estudando em uma escola no bairro e após ser localizado, revelou aos policiais que seu pai que mandava acorrentar o irmão e que sua ‘mãe’ [madrasta] estava ciente. Era o próprio adolescentes que colocava e retirava as correntes. Ele ainda informou que a criança estava acorrentada há três dias.
A suposta mãe, na verdade madrasta, foi localizada em seu trabalho e confirmou que morava na residência. A mulher informou que teria saído para trabalhar pela manhã e que o menino não era de sua responsabilidade. Ela indicou o local onde o pai trabalhava.
Segundo o boletim, o pai, ao ser localizado, afirmou ter saído para o trabalho às 5h da manhã, deixando a vítima aos cuidados do irmão mais velho.
O pai e a madrasta foram presos em flagrante e responderão pelos crimes de tortura e corrupção de menores. Os acusados foram encaminhados para a delegacia responsável e a audiência de custódia está prevista para ser realizada na manhã de terça-feira (21).