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Jaru, 24 de novembro de 2024

Covid-19: Grávida vacinada com Coronavac dá à luz bebê com anticorpos

Nasceu o primeiro bebê com anticorpos contra a covid-19 na Turquia, na terceira semana de março. O pequeno Uras veio ao mundo após sua mãe, Zeynep Aslı Kaplan, receber as duas doses da Cornavac ainda durante a gravidez.

Zeynep trabalha como médica no Hospital Municipal de Ancara, a capital do país. Ela foi uma das primeiras profissionais de saúde a ser vacinadas. Na 29ª semana de gestação recebeu a primeira dose e, depois de um mês, a segunda. O bebê nasceu na 38ª semana de gravidez.

“Foi um parto tranquilo e uma gravidez tranquila. Eu estava me perguntando se ele teria anticorpos porque li alguns estudos falando de bebês que nascem protegidos. Checamos o sangue em seu cordão umbilical e no meu próprio sangue e descobrimos que ambos tinham anticorpos”, disse à Agência de Notícias Ihlas (IHA).

A médica conta que não sentiu nenhum efeito lateral antes ou depois de dar à luz. “Também descobri que tinha anticorpos no meu leite materno e agora vamos esperar para ver se eles também seriam transmitidos ao Uras. Certamente isso não vai garantir 100% de proteção, mas é bom que ele já tenha esses anticorpos, porque ainda não pode ser vacinado. Isso realmente me deixou mais tranquila”, explicou.

 

Gestantes podem receber a Coronavac?

Em entrevista à CRESCER, a presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) em Vacina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Cecilia Roteli Martins, explica que, apesar de na bula da Coronavac constar a informação de que a segurança e eficácia da vacina não foram testadas em gestantes e lactantes, estudos em animais não demonstraram riscos de malformações no feto. “Ainda não temos muitos dados, como o tempo de imunidade, se a vacina passa para o leite… o que sabemos, de fato, é que não foi testada em gestantes. Por outro lado, a tecnologia dessa vacina não é desconhecida. É uma vacina com a mesma tecnologia usada em outros imunizantes que já são liberados para gestantes, como a da influenza e coqueluche. Teoricamente, não representa riscos e não teria contraindicação”, comentou. “No entanto, não se pode afirmar se há riscos de aborto, parto prematuro, rutura prematura de membrana… É ainda um campo desconhecido. Já em locais de grande risco de infecção, por exemplo, a doença pode ser pior do que possíveis reações. Por isso, recomendamos essa avaliação caso a caso”, completou.

“Em princípio, a vacina será priorizada para os trabalhadores de saúde que estão mais expostos, mas sabemos que, entre essas pessoas, eventualmente, também estarão gestantes e mulheres que amamentam. Assim como elas têm o direito de serem dispensadas do trabalho durante a pandemia, também têm o direito de serem imunizadas. Então, a Febrasgo se posiciona no sentido de que a vacinação poderá ser realizada, mas somente após uma avaliação dos riscos e benefícios em uma conversa entre médico e gestante. Nessa ocasião, elas devem ser tranquilizadas, mas também informadas, inclusive, sobre a eficácia da vacina”, explicou.


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