Em anos de Copa do Mundo as tradições acerca dos jogos se repetem. São bandeiras do País em frente às casas, acopladas aos veículos e o verde e amarelo tomam conta das cidades. Isso sem falar nas barulhentas vuvuzelas, que tem venda garantida nessa época do ano. São simbolismos saudáveis e que nos fazem lembrar que estamos em clima de festa, mas entre eles há um costume que preocupa o Corpo de Bombeiros no quesito segurança, a utilização de fogos de artifício e explosivos, devido ao risco de acidentes.
Major Iranildo Dias, diretor de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, explica a dificuldade em mensurar o número de acidentes envolvendo fogos de artifício devido, principalmente, à ausência dessa informação nos bancos de dados oficiais, o que inviabiliza a comprovação estatística. “Há casos que não são registrados nos hospitais e unidades de saúde”, explica.
Ele ressalta que o cuidado deve ser observado a partir da aquisição do produto. “Ao adquirir fogos de artifícios, procurem certificar que o local é autorizado. Quando a venda é feita em lugares não autorizados, sem a vistoria do Corpo de Bombeiros, pode ter falha no acondicionamento ou na embalagem. Isso pode colocar em risco a qualidade do produto”, alerta.
Além de falhas que podem ser apresentadas no próprio produto, o manuseio errado ou desvio de trajetória põem em risco a vida e a saúde de pessoas que utilizam artefatos explosivos. “Somente num fim de semana confirmei cinco acidentes com explosivos, o número é expressivo e o assunto é sério”.
Para reduzir a quantidade de acidentes, o major Iranildo sugere a utilização de um extensor, utilizado para direcionar o curso a ser seguido pelo explosivo. Outro cuidado é quanto a presença de crianças nas proximidades do manuseio e uso de bebida alcoólica, tendo em vista a perda de coordenação motora. “A maioria das vítimas sofre queimaduras nas mãos, dedos ou no rosto e, geralmente, são jovens com idade entre 15 e 40 anos, e aí existe o risco de perder a pessoa no auge de sua capacidade produtiva”.
Como exemplo da gravidade que pode existir com o manuseio errado de rojões e fogos de artifício, o major Iranildo relembrou um acidente ocorrido em 2004, na praça da Catedral Sagrado Coração de Jesus, em Porto Velho, que vitimou cerca de 30 pessoas e causou pânico entre as pessoas presentes. “Naquele caso, o que ocasionou o acidente, foi erro de posicionamento dos fogos em relação às pessoas”, lembra.
De acordo com o major, o mesmo cuidado deve ser observado durante a realização de Festas Juninas. “É uma festa bastante comemorada em nossa região, dá para perceber quando cada instituição ou empresa realiza sua festa, os cuidados com o manuseio de artefatos explosivos devem ser os mesmos”, orienta.