Profissionais da saúde que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), em Porto Velho, denunciaram a falta de um componente de segurança nos respiradores, usado para aspirar o paciente diagnosticado com o novo coronavírus. Eles dizem que sem essa sonda todos correm risco de contágio durante os procedimentos.
Por telefone, uma enfermeira que trabalha na unidade, que preferiu não ser identificada, explicou à Rede Amazônica que os respiradores estão sem o equipamento básico.
“Mas o Estado não providenciou isso. Isso porque é algo que é básico pra esse paciente de Covid. Então, os enfermeiros e os fisioterapeutas que realizam esse procedimento estão fazendo esse procedimento repetidamente, porque tem que ser feito várias vezes no paciente. Estão se expondo em alto risco”, disse.
O médico Rodrigo Almeida enviou um vídeo à reportagem explicando a importância do servidor da saúde não ter nenhum tipo de contato com a secreção do paciente infectado, pois o risco de contaminação é realmente grande. Cada respirador deve ter esse sistema.
“Ele já é um aspirador acoplado no tubo que faz com que eu consiga aspirar sem tirar o filtro e sem fazer com que eu abra o sistema, evitando, assim, tanto a contaminação do meio ambiente, dos profissionais da área da saúde, e ao mesmo tempo eu não abro o sistema, não faço com que o paciente fique sem a utilização do ventilador naquele momento”, disse.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que o material não é fabricado no Brasil, mas sim importado principalmente da Itália, Alemanha e Estados Unidos, países que também enfrentam a pandemia e a demanda do mesmo material.
Ainda segundo a pasta, já foram feitos chamamentos públicos para comprar o material, mas o Estado não teve sucesso. Afirmou também que está em fase de avaliação a aquisição via parceiros. O intuito é a compra de sete tipos de sonda, chegando a um total de 4,2 mil unidades desde o infantil ao tamanho adulto.
O Conselho de Enfermagem informou que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia sobre a falta do sistema fechado. Disse que soube através da produção da Rede Amazônica e, por isso, não quis se pronunciar antes de verificar com os profissionais. Procurado, o Conselho de Medicina explicou que irá fazer uma vistoria no Cemetron.