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Jaru, 24 de novembro de 2024

Como a agricultura familiar eleva a produção do café especial em Rondônia?

São das mãos de pais, mães e filhos que o café produzido em Rondônia ganha destaque e status de especial. Parte das propriedades dedicadas ao cultivo de café no estado são gerenciadas pela própria família, o que torna a 2ª bebida mais consumida do Brasil, um produto fruto da ‘agricultura familiar‘.

Um exemplo disso é o café produzido pela família Bento, em Cacoal (RO). Dentro de uma área de 5,5 alqueires, Ronaldo, Deigson, Dione – junto de suas esposas e filhos – trabalham arduamente na produção do Robusta Amazônico.

Mesmo em uma área pequena, os frutos do trabalho da família Bento, além de render bebidas de sabores únicos, também rendem pódios, como o 2º e 3º lugar no o ‘Coffee of the Year 2021’.

Parte 1: Especial Café Robusta Amazônico em Rondônia

Característica peculiar

 

Enrique Alves, pesquisador da Embrapa e especialista em cafés, destaca que a produção de cafés em pequena escala é uma característica da cafeicultura rondoniense.

“Quando se fala na cafeicultora de Rondônia, é uma coisa interessante, porque a cafeicultura no Brasil é baseada na família, só que em Rondônia, tem uma peculiaridade, que ela é familiar de pequena escala. São cercas de 17 mil famílias que trabalham com áreas de café inferior a 5 hectares e isso é muito interessante, porque muitos desses cafeicultores conseguem ter qualidade de vida e renda em pequenas áreas”, explicou o pesquisador.

Propriedade de café em Cacoal — Foto: Armando Júnior

Propriedade de café em Cacoal — Foto: Armando Júnior

E são em pedaços pequenos de terra que as famílias da cafeicultura rondoniense buscam aliar quantidade e qualidade.

“A gente tem cinco alqueires e meio de terra, então a gente tem que ampliar dos dois lados, qualidade e quantidade. Porque tem várias variedades que é boa na produção, mas na bebida não é boa”, explicou Dione Bento.

Um sobe no pódio, mas o prêmio é de todos!

 

Ediana Capich já é um nome conhecido na cafeicultura rondoniense. De Novo Horizonte d’Oeste (RO), ela chegou ao 1º lugar na Semana Internacional do Café (SIC), mas também entrou na lista das 100 Mulheres Poderosas do Agro da Forbes Brasil.

Mesmo com os prêmios individuais, Ediana acredita que o bom desempenho do café produzido por ela, é resultado de um trabalho feito em equipe.

“Eu acho que tá aí o resultado de um trabalho feito em equipe, que tem essa característica de uma agricultura familiar com união”, disse.

Ediana Capich e família — Foto: Armando Júnior

Ediana Capich e família — Foto: Armando Júnior

Parceria na lida

 

A parceria da família acontece durante todos os processos do café.: do momento em que se planta, ao momento que se colhe. No caso da família Aruá, de Alta Floresta d’Oeste (RO), as decisões são tomadas em conjunto.

“Aqui na minha família, nós somos muito parceiros. Eu, com meu esposo e os meus filhos, tudo que a gente vai fazer, a gente senta, se reúne e a gente conversa. A gente trabalha em parceria”, explicou Maria Aparecida Aruá.

Cafeicultor Valdir Aruá junto da família na produção de café robusta amazônico — Foto: Armando Junior

Cafeicultor Valdir Aruá junto da família na produção de café robusta amazônico — Foto: Armando Junior

Em Cacoal, Fred e Francieli Dellarmelino vivem não só da produção do café, mas também da produção de outras frutas, como mamão. Para ajudar na renda, Francieli produz e vende polpa das frutas que ela e o marido colhem na propriedade.

“A gente trabalha tudo em conjunto. A esposa ajuda a colher, vai trabalhando a parte de polpa e pimenta do reino”, explicou Fred.

Propriedade da família Dellarmelino em Rondônia — Foto: Armando Júnior

Propriedade da família Dellarmelino em Rondônia — Foto: Armando Júnior


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