Os ji-paranaenses estão devendo aproximadamente R$107 milhões, segundo os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Para tentar recuperar esses valores, o comércio, através da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), realiza uma campanha de renegociação de dívidas durante o mês de junho, em Ji-Paraná (RO), região central do estado.
Segundo os dados do SPC, o aumento da inadimplência, na cidade, aumentou quase 100% nos últimos dois anos e ultrapassa R$107 milhões. De acordo com o presidente da CDL, José Aparecido, neste valor estão inclusas as dívidas bancárias.
Aparecido explica que a campanha ocorre durante o mês de junho, e os lojistas foram treinados para fazer a negociação das dívidas com os seus cliente. “Não adianta fazer uma negociação que o cliente não vai conseguir honrar. Quem fizer a negociação terá automaticamente o nome retirado do cadastro, mas, se atrasar a primeira parcela, o nome já volta para o vermelho”, afirma o presidente.
Segundo a supervisora de uma rede de lojas, Maria Inês Souza, a inadimplência tem prejudicado muito o comércio e, dependendo do mês, a perda chega a 50% do lucro. A gerente afirma que nem todo mês os trabalhos serão intensificados para recuperar os clientes endividados. “Os créditos que temos perdido há mais de ano, vamos trabalhar o mês de junho todo tentado recuperar”, declara.
A cabeleireira, Azenir Maria, conta que tem dívidas com o banco e também com lojas. Para ela, a renegociação é necessária, mas é preciso ter uma visão futura de possibilidades financeiras, pois mesmo renegociando, é necessário saber de onde o dinheiro sairá. “O momento pede calma. Os negócios não andam. Dinheiro ainda tem quem é funcionário registrado. Autônomos, assim como eu, estão em situação delicadíssima. Os clientes sumiram”, explica Maria.
O presidente da CDL acredita que medidas como a campanha são necessárias, pois o comércio é uma via de mão dupla e precisa da cooperação de todos. “O comércio não vive sem cliente e o cliente não vive sem o comércio. Nesta negociação, todos vão ter que ceder, para assim chegar a um consenso e diminuir o numero de inadimplentes”, explica Aparecido.