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Jaru, 27 de outubro de 2024

Casos de Zika vírus permanecem altos em Porto Velho; mutirão de combate continua

Iniciado em janeiro deste ano, o mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, envolvendo a visita de agentes de saúde e também de militares, encerra no próximo dia 30 de junho, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (Semusa). Na capital, os casos de dengue, febre chikungunya e Zika vêm crescendo e, juntos, somam 734 confirmações de pessoas contaminadas pelo mosquito. A doença com mais possíveis sequelas, a Zika, já são pelo menos 127 casos confirmados. O combate está sendo realizado, principalmente, em forma de bloqueio do vetor, garante o Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ).

“Nós estamos trabalhando hoje com o bloqueio do vetor, unindo a visitação e o fumacê. Quando somos notificados que em tal rua houve casos de incidência do mosquito, uma equipe segue para o local e o trabalho de fiscalização e aplicação do fumacê é feito no endereço determinado e em quatro quarteirões em volta”, explica Rodrigo Antônio Golin, diretor do DCZ de Porto Velho. Nesta terça-feira (28), pela manhã, o diretor informa que uma ação foi realizada na Rua Jacy-Paraná, no Bairro Nova Porto Velho, porque eles receberam a notificação de alguns casos de Zika no local.

Picada pelo mosquito, a assessora de imprensa Wania Evangelista passou quase uma semana de cama, com fortes dores pelo corpo. “Foi muito ruim, descobri logo após ter me curado de uma pneumonia e com isso, parece que senti muito mais as dores. Era muita dor de cabeça, dor pelo corpo, coceira”, lembra. Wania é mãe de um menino e antes mesmo já cuidava de sua casa para não ficar nenhuma possibilidade de transmissão de mosquito, agora o cuidado redobrou.

Assim como Wania, muitas famílias estão mais conscientes da importância de manter os quintais limpos. “Depois de todo esse tempo, as pessoas ficaram mais conscientes e os agentes conseguem fazer o trabalho com mais facilidade. O acesso às casas melhorou muito e isso possibilita um combate mais eficaz”, acredita Rodrigo.

Em Porto Velho, a Semusa já contabiliza 1.842 notificações de dengue, com a confirmação de 599. Da febre chikungunya são 645 notificações e 8 casos confirmados. Já Zika tem 587 notificações e 127 casos confirmados. De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus Zika está presente em 60 países, incluindo o Brasil, cuja população representa apenas 15% das pessoas expostas ao vírus. O órgão tornou compulsória a notificação dos casos da doença em fevereiro deste ano.

Terrenos baldios

Com uma imensa quantidade de terrenos baldios e imóveis abandonados em Porto Velho, a DCZ encontra dificuldades para combater o mosquito nesses locais. Em fevereiro deste ano, o governo publicou uma medida provisória (MP) autorizando ingresso forçado de agentes de saúde em imóveis públicos e particulares abandonados para ações de combate ao Aedes aegypti. A permissão seria no caso em que o proprietário não esteja para garantir o acesso e quando isso se mostre “essencial para contenção de doenças”.

Muitos terrenos vazios acumulam lixo que se tornam criadouros do mosquito. (Foto: Ivanete  Damasceno/Rondoniagora)

Segundo o diretor do DCZ, quando o agente de saúde não encontra o ninguém nesses locais e o acesso não é possível, uma relatório é encaminhado para a Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb) que tomará as medidas necessárias para identificar o proprietário ou mesmo conseguir entrar no local.

No início deste mês, o governo federal abriu uma chamada pública que prevê R$ 65 milhões para financiar estudos que contribuam para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de infecções causadas pelo vírus Zika e doenças correlacionadas.


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