Jaru Online
Jaru, 25 de outubro de 2024

Caso Laryssa: Polícia não consegue fazer exame toxicológico no corpo de adolescente por falta de sangue

O laudo que iria dizer se a adolescente Laryssa Victoria foi drogada, antes de ser morta e enterrada, não pôde ser realizado porque o corpo dela não tinha mais sangue. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (25) pela Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste (RO).

De acordo com o delegado Niki Locatelli, a perícia confirma que a vítima sangrou até a morte e, por este motivo, não foi encontrado sangue no corpo dela para realizar o exame toxicológico.

Vídeos da noite do crime

Laryssa saiu de casa na noite da sexta-feira, 18 de março, para se encontrar com amigas em uma conveniência. Imagens de câmera de segurança mostram que ela encontrou com Ronaldo dos Santos Lira e saiu do local em sua companhia caminhando normalmente.

Novas imagens mostram Laryssa andando com o suspeito antes de ser morta
Novas imagens mostram Laryssa andando com o suspeito antes de ser morta

Outras imagens, gravadas aproximadamente 1h30 depois, mostram a adolescente cambaleando e quase caindo, sendo puxada pelo suspeito por ruas do bairro Colina Park, próximo à casa de Ronaldo.

Jovem é puxada por suspeito, que em seguida a mata e a enterra no quintal da casa dele,
Jovem é puxada por suspeito, que em seguida a mata e a enterra no quintal da casa dele,

O laudo toxicológico mostraria o que Laryssa teria ingerido entre o tempo que saiu da conveniência até a hora em que foi vista indo para a casa de Ronaldo.

Agora, a Polícia Civil aguarda a conclusão do laudo de conjunção carnal, realizado através do DNA, para saber se a vítima foi estuprada. Segundo o delegado, o resultado deve demorar um pouco para ficar pronto.

Preso e indiciado

O suspeito, preso em flagrante no dia 20 de março, quando a polícia encontrou o corpo de Laryssa enterrado no quintal de sua casa. Ele é assistente social em Ouro Preto e conhecido no meio político da região.

Inicialmente, Ronaldo não quis dar informações sobre o caso, mas há uma semana ele foi interrogado e confessou o crime. O suspeito afirmou que matou a adolescente pelo “desejo de matar” que tinha desde a infância.

Ronaldo dos Santos Lira — Foto: Reprodução/Facebook

Ronaldo dos Santos Lira — Foto: Reprodução/Facebook

 

Segundo relato de familiares, Ronaldo conhecia a mãe de Laryssa. O pai da menina acredita que o suspeito se aproveitou da proximidade para atrair a menina até a sua casa, onde ela foi encontrada morta.

Na mesma semana, foi concluída a perícia nos bens eletrônicos do preso: pen-drives, celular e computador. A investigação encontrou diversos materiais de pornografia infantil que Ronaldo alegou ser para uma “tese de mestrado”.

O inquérito do caso foi concluído há pouco mais de uma semana e o suspeito foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e armazenamento de material de pornografia infantil.

g1 tenta localizar a defesa do suspeito.

Dor da perda

Quase uma semana após o crime, o pai de Laryssa, Carlos Aparecido Rossato, conversou com o g1 e disse que busca Justiça pela filha enquanto lida com o luto.

“Quando você perde alguém da família, seja por qualquer “morte natural”, até pode ser mais compreensível, mas não dessa forma que foi feito com ela sabe? A brutalidade, a crueldade que ele usou e o tanto que ele ficou cínico fingindo que não era ele, frio”, comenta o pai.

Laryssa Victoria e o pai, Carlos Aparecido Rossato — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Laryssa Victoria e o pai, Carlos Aparecido Rossato — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Em casa, ele diz que sobrou o vazio e que as palavras não conseguem descrever de comoção. “Hoje entrar dentro de casa, olhar para cama dela e não enxergar ela…”. Carlos não finalizou a frase, pois começou a chorar.

G1

COMPARTILHAR