Um policial rodoviário federal afirmou nesta segunda-feira (30) que o caminhão invadiu a pista do ônibus e provocou o acidente que matou seis pessoas e deixou outras 26 feridas na BR-364, em Rondônia, no último sábado (28). Segundo a PRF, o ônibus seguia sentido Porto Velho quando bateu de frente com a carreta.
A Polícia Civil informou que o laudo do acidente deve ficar pronto em 30 dias.
“De maneira geral, o que se pode afirmar é que o caminhão atingiu o ônibus na mão de direção. Então, o caminhão invadiu a mão do ônibus”, revelou o agente da PRF Wagner Borges, que esteve no local do acidente no dia da colisão.
O caminhão seguia sentido Vilhena (RO) com cinco pessoas: o caminhoneiro Sérgio de Jesus Pereira, de 33 anos, a mulher dele e três crianças. Sérgio, a esposa e uma das crianças morreram no local do acidente. Outros dois filhos do motorista, de 5 e 10 anos, sobreviveram.
Conforme o agente da PRF, só era permitido transportar até duas pessoas no veículo. “Tinha excesso de passageiro, consequentemente estavam sem dispositivo de retenção (bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação), sem cinto de segurança”, disse.
Ainda segundo Wagner Borges, o tacógrafo do caminhão indicou que, no momento da colisão, o veículo trafegava em velocidade superior ao permitido na rodovia. Revelou também que o caminhoneiro Sérgio de Jesus não tinha a habilitação devida para conduzir a carreta.
“Estava a 120km/h. Para o trecho, aquela configuração de veículo, a velocidade máxima permitida era 100km/h. Foi constatado que ele era devidamente habilitado na categoria D. Para aquele tipo de veículo precisaria categoria E. Então estava incompatível. Já a documentação do ônibus estava regular”, complementou.
Colisão entre ônibus e carreta deixa vários feridos e mortos em Rondônia — Foto: Rômulo Azevedo/Arquivo Pessoal
Segundo a PRF, o ônibus que seguia sentido Porto Velho levava 41 pessoas. Entre os mortos estavam os dois motoristas – um deles era o dono da Bruna Turismo, que prestava serviço para a Transbrasil – e uma passageira, de 52 anos.
O delegado regional de Vilhena, Fábio Campos, confirmou que o laudo que deve apontar as causas da colisão pode ficar pronto em 30 dias. Disse ainda que a Polícia Civil apura o caso, mas que pode ser arquivado, já que os motoristas envolvidos estão mortos.
Como foi o acidente?
A colisão ocorreu a 52 km de Vilhena, numa região conhecida como Vale do Ávila. Chovia forte no momento.
Uma das vítimas fatais do acidente foi arremessada para fora do veículo junto com o banco do ônibus, onde estava sentada. De acordo com familiares, Maria Pereira da Costa, de 52 anos, estava usando o cinto de segurança no momento da colisão. Ela viajava para Porto Velho para passar o Ano Novo com a mãe.
Cerca de 60 pessoas participaram dos trabalhos no hospital para atendimento às vítimas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais.
O G1 conversou por telefone com um funcionário da Transbrasil, mas ele não quis se manifestar sobre o acidente. Funcionários que foram até o local da colisão remover as bagagens dos passageiros também não falaram sobre o caso.
Quem são os mortos
No ônibus
Luiz Carlos Amaro, 51 anos, motorista e dono da Bruna Turismo
Ademir Valério de Oliveira, 52 anos, motorista reserva do ônibus
Maria Pereira da Costa, 52 anos, passageira do ônibus
No caminhão
Sérgio de Jesus Pereira, 33 anos, motorista
Maely Souza, 20 anos, mulher do motorista
Karen 2 anos, filha do casal
Os sobreviventes
Dois filhos do motorista do caminhão estão internados. Adriel Diniz Pereira, de 5 anos, sofreu uma fratura no fêmur e está em observação em Vilhena.
Aquila Diniz Pereira, de 10 anos, teve uma perfuração no baço e foi transferida de avião para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Cosme e Damião, em Porto Velho. O estado de saúde da menina é muito grave, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Segundo a médica Sabrina Ruzzene, a menina sofreu fraturas no maxilar e na costela, traumatismos craniano e pulmonar, além de ter passado por uma cirurgia para a retirada do baço, que ocorreu em Vilhena.
Infográfico mostra local do acidente que matou seis pessoas na BR-364 em Rondônia — Foto: Rodrigo Sanches/G1