O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado nesta segunda-feira (11) a 11 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, em um processo decorrente da Operação C´est Fini, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Com isso, as penas do ex-governador chegam a 332 anos, 5 meses e 16 dias de prisão. Esta é a 17ª vez que Cabral é condenado na Lava-Jato.
Em nota, a defesa do ex-governador informou que “a sentença reconheceu a condição do ex-governador como colaborador da justiça, mas a defesa vai recorrer pois não concorda com as penas aplicadas”.
O ex-governador Sérgio Cabral é conduzido pela PF no dia em que prestou novo depoimento e admitiu esquema de pagamento de propina (arquivo) — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Também foram condenados no processo:
- Wilson Carlos, que foi secretário de Governo de Cabral – 14 anos e 2 meses de prisão
- Carlos Bezerra, operador financeiro – 7 anos e 9 meses de prisão
- Henrique Ribeiro, que foi presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ) no governo Cabral – 20 anos, 9meses e 25 dias de prisão
- Lineu Castilho, foi chefe de gabinete de Henrique Ribeiro no DER-RJ – 16 anos, 6 meses e 25 dias de prisão
O G1 e a GloboNews tentam entrar em contato com as defesas dos outros condenados.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Cabral, Wilson Carlos e Henrique Ribeiro receberam R$ 18,1 milhões em propina, para beneficiar a empreiteira União Norte Fluminense Engenharia em obras em rodovias estaduais, administradas pelo DER-RJ.
A empresa fechou acordo de leniência com a Lava-Jato, e admitiu o esquema, que teria funcionado durante os dois mandatos de Cabral como governador.
Segundo as investigações, o esquema funcionava da seguinte forma: Cabral, através de Wilson Carlos (então secretário estadual de Governo), fazia contato com Henrique Ribeiro (então presidente do DER-RJ) para receber a propina através dos operadores financeiros Carlos Miranda e Carlos Bezerra.
De acordo com a Lava Jato, Henrique Ribeiro era o responsável por organizar e controlar o recebimento de propinas em contratos do DER-RJ. E para isso, ele contava com o auxílio de Lineu Martins (então seu chefe de gabinete), que atuava como seu operador financeiro.
Na sentença, o juiz Marcelo Bretas permitiu que os condenados que estão soltos recorram em liberdade.