Porto Velho, RO – O primeiro ataque terrorista com objetivos políticos mais significativo na histórica recente do País, isto no Distrito Federal, ocorreu no dia 12 de dezembro de 2022.
À época, bolsonaristas extremistas atearam fogo em carros, ônibus e depredaram a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
À ocasião, Marcos Rogério, do PL, atribuiu a investida a “radicais da esquerda, infiltrados nas manifestações” alegando haver indícios sobre suas alegações.
Terroristas teriam matado pelo menos o motorista do caminhão: eles acionaram o detonador, mas o dispositivo não funcionou / Reprodução
A frase foi dita pelo ora senador licenciado com pompa de comprovação, embora jamais, de lá até hoje, tenha apontado uma única prova que corroborasse com a visão.
“É absolutamente precipitada atribuição de autoria a “bolsonaristas radicais””, ainda disse.
Ele ainda completou:
“Não nos esqueçamos que em todos esses anos as manifestações da Direita sempre foram pacíficas. Espera-se inteligência, serenidade e ponderação para não se praticar injustiça contra tantos brasileiros de bem que decidiram sair às ruas em defesa de nosso país”.
As manifestações pacíficas, na compreensão do congressista de licença, evoluíram na Capital Federal em poucos meses.
“Jornalista” bolsonarista monitorado deixou rastro de sua participação na tentativa de atentado / Reprodução
Da investida incendiária, tornou-se, em menos de um mês, ação coletiva de terror na Esplanada quando os criminosos invadiram e destruíram o Palácio do Planalto; o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional no dia 08 de janeiro de 2023.
No dia 24, véspera de Natal, três deles desencadearam o plano golpista fecundado em frente ao quartel general do Exército. O primeiro, gerente de posto, com 54 anos, já está preso. Ele confessou ter montado a bomba.
Outros dois estão foragidos: um desempregado de 32 anos, de Comodoro, Mato Grosso; e outro, jornalista de Sobral, Ceará, de 47.
Ataques no dia 12: Marcos Rogério acusou “esquerda infiltrada” / Reprodução
O último, segundo o G1, foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ele teve um cargo comissionado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente entre fevereiro a outubro de 2019. Acabou sendo monitorado porque teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. E foi o seu “rastro” eletrônico que sacramentou a participação no intento.
Eles queriam explodir um caminhão de combustível dentro do Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek, causando casos, horror, destruição e mortes.
E o que o ataque quase perpetrado no dia 24 tem a ver com as ações do dia 12 e a opinião de Marcos Rogério?
Tudo!
O próprio Fantástico prossegue a matéria dizendo que dois de seus três possíveis autores estavam no motim contra a República.
Dois dos três terroristas que planejaram explodir o aeroporto de Brasília estavam nos atentados ao Distrito Federal no dia 12 / Reproduação
Eles apareceram em imagens do dia 12 de dezembro entre “as dezenas de vândalos bolsonaristas” que tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF).
Leonardo de Castro Cardoso, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, disse que está comprovando que a dupla, no dia 12 de dezembro, também praticou atos de depredação.
“A prisão deles também foi decretada nesse inquérito”.
Resumidamente, a versão de Marcos Rogério, assim como a apresentada pela Associação Comercial e Empresarial de Porto Velho (ACEP) sobre o ataque terrorista do dia 08 de janeiro, no mínimo, pretendem maquiar ou ao menos isentar de responsabilidade os verdadeiros donos da desordem.
Associação de Porto Velho também acusou “terroristas de esquerda infilstrados” ao falar sobre ataques do dia 08 / Reprodução
São manifestação irresponsáveis, sem respaldo fático, e que, por ora, também não encontram lastro em quaisquer apontamentos apresentados seja na mídia ou mesmo em investigações patrocinadas pelos órgãos de investigação e controle.
Aliás, Marcos Rogério não escreveu uma só linha sobre o dia 08. Ainda que estivesse – e ainda esteja – licenciado, era o mínimo que um congressista poderia fazer ao assistir seu local de trabalho ir ao chão.