Uma megaoperação policial atingiu esta semana a extração e o comércio ilegais de ouro no Brasil. Sessenta mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Cinco chefões acabaram presos.
Segundo as investigações, o total de dinheiro movimentado às margens da lei chegou a R$ 16 bilhões em dois anos. Veja como os bandidos “esquentam” o ouro ilegal, e como a fraude pode ser descoberta em laboratórios, com a análise química do metal apreendido. É como se o ouro tivesse uma digital.
Tem cara de mineração industrial, equipamentos de mineração industrial, até propaganda de negócio lícito, mas esta semana a Polícia Federal desceu na pista asfaltada da Gana Gold, em uma operação de busca e apreensão, porque comprovou que é um garimpo ilegal, fincado no meio de uma unidade de conservação em Itaituba, no Pará. E tocado por uma organização criminosa.
A polícia chegou até eles, em investigações paralelas, que pareciam não ter conexão. Um braço é da PF em São Paulo, que investigava, em Jundiaí, a 55 quilômetros da capital, uma pista de pouso que servia ao tráfico de drogas. No aeroporto, a polícia descobriu que, além das drogas, os aviões também traziam ouro. muito ouro.
Sônia Bridi: Essa série de operações deixa clara uma conexão de outros crimes com o crime de garimpo ilegal.
Nilson, delegado: Sim. Ficou claro que há essa relação clara. Às vezes, o avião que transporta droga transporta ouro de volta.
Em Jundiaí foram apreendidos 39 quilos de ouro em barras. A Gana Gold apresentou notas, dizendo que era dona do ouro que teria sido extraído de forma legal. Entrou a perícia, provando que tudo ali estava irregular. A começar pela licença. A Gana Gold, com essa estrutura toda, também funcionava com uma licença de pesquisa da prefeitura de Itaituba.
Imagens de satélite mostram a rapidez com que a Gana Gold avançou, destruindo o equivalente a 212 campos de futebol desde 2019. A perícia calculou os danos ambientais em quase R$ 300 milhões.
Um crime assim, em escala industrial, precisa de muito capital inicial. de onde saiu o dinheiro? Segundo a polícia, de uma empresa de transportes, de Parada de Lucas, Zona Norte no Rio de Janeiro. A empresa tem uma frota de mais de 600 caminhões e máquinas pesadas. O dono, segundo a polícia, é quem realmente mandava na Gana Gold.
A Polícia Federal também investiga funcionários da Agência Nacional de Mineração por indicativos de corrupção e cooptação pelo crime. A agência disse apenas que não foi oficiada depois da operação da polícia federal, na quinta-feira.