“Eu tava pescando aqui no rio Madeira, pegando iscas, quando peguei esse candiru e sempre peguei esse peixe com a mão. Foi quando ele deu essa mordida que arrancou um pedaço da mão”, relembra.
A pescaria aconteceu durante o fim de semana, em Porto Velho. Ao relembrar o episódio, João Cordeiro conta que estranhou o comportamento agressivo do peixe, já que sempre lida com eles e nunca sofreu acidentes semelhantes.
O g1 conversou com o pesquisador e especialista em diversidade e biogeografia de peixes de água doce, Fernando Dagosta. Ele explica que mordidas de candirus são raras, mas podem acontecer, eventualmente, com quem tem contato com o animal.
É importante entender que existem várias espécies de candirus: alguns deles são “carniceiros” (se alimentam da carne de outros peixes) e os outros são apenas hematófagos (se contentam apenas com o sangue).
“Não é comum pessoas serem mordidas por eles porque poucas pessoas têm a sorte (ou azar) de pescar um. Só quem pescar e tiver contato com ele vai estar mais suscetível”, explica.
O candiru que mordeu João Cordeiro é conhecido como candiru-açu, uma espécie carniceira. Para se alimentar de carne, o peixe tem dentes pequenos e bem afiados. (confira na foto abaixo)
Candiru-açu — Foto: Mark Sabaj/Universidade de Drexel, EUA
“Veja como esses animais têm narinas gigantes e olhos pequenos. Ou seja, usam muito mais o olfato do que a visão para caçar alimento”, explica o pesquisador.
As marcas “arredondadas” são comuns em ataques de candirus dessa espécie: o formato da boca do peixe.
O candiru-açu, assim como outros animais carniceiros, também é o responsável por se alimentar de possíveis corpos que por algum motivo caem no rio Madeira.
G1