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Jaru, 23 de novembro de 2024

Após operação da PF na saúde, governo de RO diz trabalhar para evitar que ‘empresas aproveitadoras’ saiam impunes

Horas depois da Polícia Federal (PF) deflagrar uma operação que investiga fraudes na compra de insumos hospitalares relacionados à Covid-19, o governo de Rondônia informou na tarde desta quarta-feira (10) estar trabalhando para ajudar as autoridades policiais.

Segundo nota divulgada, é interesse do estado de Rondônia a “proteção do erário no sentido de evitar que empresas aproveitadoras ou que agentes de condutas ímprobas, público ou privado, não passem impunes ou alheios às respostas rápidas e efetivas”.

Operação Dúctil, deflagrada nesta quarta-feira pela PF, apontou suposta apresentações de atestados de capacidade técnica falsos e da possível atuação de empresários junto com agentes públicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Para a PF, o grupo fraudou a compra emergencial de materiais e insumos médico-hospitalares relacionados ao enfrentamento da Covid-19. Os valores das contratações investigadas passam dos R$ 21 milhões.

Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Rondônia, mas o governo de Rondônia afirma que seus servidores da Secretaria de Saúde não foram alvos da PF.

“A operação ocorrida na manhã de quarta-feira não teve como alvo o secretário de Estado de Saúde, Fernando Máximo, e nenhum outro servidor do Estado, mas, sim, empresas e seus empresários”, diz o estado, em nota.

O governo de Rondônia ainda anunciou a abertura de uma investigação própria através do poder executivo.

“Em relação aos fatos apurados, o Estado de Rondônia, através da Controladoria Geral do Estado (CGE), abriu de imediato o processo n. 0007229218/2020-36 que, por meio da assessoria especial de transparência, prevenção e combate à corrupção, vai apurar responsabilidade das pessoas jurídicas envolvidas com possível prática de corrupção na forma do Decreto n. 23.907/19, lançado ano passado pela atual gestão no pacote de medidas anticorrupção”.

E continua: “Não obstante, o fato de nenhum servidor ou agente público do Estado de Rondônia ter tido detenção ou prisão durante a diligência, a Sesau e CGE também irão proceder apuração, na forma regimental, para verificar eventual conduta funcional”.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal em RO — Foto: PF/Divulgação

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal em RO — Foto: PF/Divulgação

De manhã, a comunicação do governo tinha informado que “os mandados de busca e apreensão realizados Polícia Federal realizados na manhã de hoje, ocorreram somente na Assessoria Técnica (Astec) na sede da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Operação Dúctil

A PF cumpriu os mandados de prisão e de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho, São Miguel do Guaporé (RO), Rolim de Moura (RO), Manaus (AM), Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP) e Tabapuã (SP).

Os investigadores afirmam a constatação de “indícios de irregularidades nos procedimentos de homologação das propostas, ausência de representatividade legal de suposto representante comercial, bem como o pagamento adiantado de cerca de R$ 3 milhões de reais à empresa sem apresentação de garantias suficientes para cobrir os riscos relacionados à entrega dos produtos.”


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