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Jaru, 22 de novembro de 2024

Após assumir homossexualidade, indígenas expulsam índio de aldeia no Acre

Kupi Inu bake, dos Kaxinawá, pode ser apontado como um dos primeiros indígenas, 521 anos depois do descobrimento do Brasil se auto declarar gay. Tabu dentro das aldeias, a decisão de Kupi de contar a sua verdadeira orientação sexual tornou-se um ato revolucionário, mas a decisão não foi bem aceita pelos indígenas mais conservadores da tribo. O jovem de 19 anos chegou a ser ameaçado até de morte.

Em 2014, após fazer a revelação para aos familiares, o Kupi, da Aldeia Nova Extrema foi obrigado a ir embora da terra indígena. Atualmente ele vive no município de Jordão no Acre. Sem uma renda fixa para se manter, Kupi que se declara trans vem tentando a vida como influenciador digital. “Na aldeia ainda tem muito preconceito. Eles não sabiam que eu era homossexual, mas em toda aldeia tem. E lá começaram a ficar com raiva de mim e da minha família”, relata.

Ficar longe da família, segundo Kupi foi uma das decisões mais complicadas de se tomar, porém, assertiva após ter a integridade ameaçada. “O Cacique, pajé, as nossas lideranças todas começaram a ficar com raiva de mim e tentaram me matar. Tentaram matar minha mãe, mas eu não queria isso [morte] só por causa de um homossexual indígena”, lamenta.

A decisão teve seus custos. O rapaz conta que passou a viver de favor na casa de outros conhecidos. Não tem emprego fixo e espera conseguir algo para custear suas despesas. O Instagram: @kupi­­­_poderosa, como 8 mil seguidores vem sendo o ponto de partida para conseguir dinheiro para se manter. “Morar na casa dos outros sem a família é muito triste. Eu vivia feliz com a minha família e tudo isso foi destruído”, revela.

Fonte – News Rondônia

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