Nos últimos anos, Rondônia tem se destacado no cenário nacional como um dos estados líderes em identificação de potenciais doadores e efetivação de doação de órgãos. O estado ocupa o 1° lugar na Região Norte e o 3° no ranking nacional, em termos de doadores por milhão de população (PMP), alcançando números expressivos que enaltecem a organização e eficiência do sistema público de saúde. O estado ultrapassou a média nacional em diversos aspectos, consolidando-se como referência na captação de órgãos e tecidos.
De acordo com o Registro Brasileiro de Transplante, no primeiro semestre de 2024, Rondônia manteve o 1° lugar no ranking de potenciais doadores, com 117 diagnósticos confirmados de morte encefálica (ME), representando 148 potenciais doadores por milhão de população, enquanto a média brasileira é de 72 PMP. Além disso, o estado figura entre os três maiores em doações efetivas, com 32 doadores e uma taxa de 42 PMP, mais do que o dobro da média nacional, que é de 16 PMP.
A posição de destaque do estado no ranking nacional e regional é um reflexo do trabalho realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e Central Estadual de Transplantes (CET-RO). O resultado reflete o empenho do estado em fortalecer a cultura da doação de órgãos, e o governo tem investido em treinamento e inovação para manter a qualidade do atendimento às famílias rondonienses.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Edcleia Gonçalves, enfatizou o trabalho persistente e estratégico de Rondônia. A CET-RO colabora com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs) para garantir uma logística eficiente, coordenando a captação de órgãos e oferecer treinamento contínuo às equipes. “O sucesso do nosso sistema é resultado de um trabalho integrado e da dedicação das equipes envolvidas. Cada etapa é essencial para garantir a melhor assistência e salvar vidas.”
O governo de Rondônia tem investido na capacitação de profissionais de saúde, especialmente no que tange ao diagnóstico de morte encefálica e comunicação com famílias em situações delicadas, o que resulta em um índice elevado de aceitação familiar à doação – cerca de 70% das famílias abordadas optam pela doação. O preparo emocional das equipes envolvidas, assim como a atuação rápida em regiões de difícil acesso na Amazônia, mostram que o estado, embora geograficamente desafiador, está comprometido em fazer a diferença na vida de milhares de brasileiros.
SETEMBRO VERDE: CONSCIENTIZAÇÃO
Como parte das ações de sensibilização, o Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, realizou a abertura oficial da campanha Setembro Verde, no dia 13 de setembro, com foco na conscientização sobre a doação de órgãos. O evento reuniu equipes médicas, familiares de doadores e pacientes transplantados, além de autoridades e profissionais da saúde. Foram promovidas palestras educativas, no intuito de reforçar a relevância de discutir o desejo de ser doador com os familiares, destacando que um único doador pode salvar até cinco vidas.
O secretário da Sesau, Jefferson Rocha, destacou a importância de campanhas como o Setembro Verde para fortalecer a cultura da doação de órgãos no estado. “Os eventos são fundamentais para promover o debate e incentivar a doação. Rondônia tem se destacado nacionalmente, graças ao comprometimento de nossas equipes de saúde e ao engajamento da população.”
O evento também foi um momento de reconhecimento para os profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no diagnóstico de morte encefálica e na condução das entrevistas com as famílias dos potenciais doadores. A campanha, que se intensifica durante todo o mês de setembro, visa aumentar a conscientização sobre a importância de manifestar a vontade de ser doador e, assim, contribuir para reduzir as filas de espera por transplantes no Brasil.