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Jaru, 27 de novembro de 2024

Ameaça do zika vírus faz aumentar procura por repelente nas farmácias

A ameaça do zika vírus está fazendo do repelente o item mais procurado nas farmácias nos últimos dias.

A corrida às prateleiras não é só das grávidas. Adultos e crianças também devem se proteger do mosquito.

A venda do produto em São Paulo já quadruplicou. Só não vende mais porque não tem, está até faltando, de tanta procura.

Os comerciantes pedem mais produtos, mas os fabricantes não estão dando conta, mesmo, da demanda. Na internet, algumas marcas já estão em falta.

Mas na hora de passar o repelente também é preciso tomar cuidado, principalmente com os bebês

Quando a reportagem do Bom Dia Brasil entrou na farmácia, o funcionário estava reabastecendo a prateleira.

“Não para, sempre tem que estar repondo, entendeu? Colocou, vendeu”, revela o estoquista Gabriel Generoso.

Em dezembro do ano passado, uma rede de farmácias vendeu 10 mil frascos de repelente. Agora em dezembro, vendeu 14 mil em 10 dias. E só não vende mais porque o fabricante não está dando conta de atender os pedidos.

“Digamos que eu tenha pedido mil, eles têm me repassado 500, 300, de acordo com o processo de produção deles”, diz a coordenadora farmacêutica Marcela Silva Oliveira.

Os médicos lembram que os pais devem tomar muito cuidado com o uso dos repelentes. As próprias embalagens desses produtos alertam que eles são contraindicados para crianças menores de dois anos.

Mas, na situação em que estamos, com o risco de o mosquito Aedes aegypti transmitir doenças neurológicas muito graves, pode usar nas crianças menores com cuidado.

“Só que você evita ficar usando muitas vezes ao dia. então, de preferência, usar uma vez ao dia, então você tem que escolher um pouco o momento que você vai usar. O mosquito, ele é diurno. No começo da manhã e no fim da tarde é que você teria o maior risco”, explica a dermatologista Denise Steiner, coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A dermatologista diz que não se deve usar nenhum tipo de repelente em bebês de menos de seis meses.

“O repelente tem uma substância que é aquela que vai fazer repelir o inseto, que é uma substância química e tem uma determinada toxicidade”, explica ela.

Para adultos e idosos não tem segredo: são aqueles disponíveis no mercado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária orienta.

“O que vende em supermercados, todos são registrados na Anvisa. A pessoa pode olhar na embalagem, mas todos eles têm registro. O que muitas vezes ocorre é a venda de produtos artesanais. Provavelmente, um óleo desse, natural, não fará mal para a pessoa, mas também não se tem nenhum estudo que comprove que efetivamente ele afasta os mosquitos”, diz o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.

E mesmo quem compra o repelente não abre mão de mais estratégias.

“A gente sabe que não é o suficiente, mas a gente sempre tenta proteger, usar repelente, põe tela em casa, nas janelas”, diz a autônoma Daniele Vieira Nozolilo.

Além das telas e dos mosquiteiros, as roupas também protegem as crianças.

O governo federal disse que na semana que vem quer conversar com as empresas brasileiras que fabricam repelentes. A ideia é fazer um plano para distribuir repelentes a todas as grávidas pelo SUS.

O governo também quer discutir o assunto com o Exército brasileiro, que tem um laboratório que produz repelentes para os militares.

A Fiocruz fez um esclarecimento a respeito de um comentário do Bom Dia Brasil sobre um suposto criadouro do mosquito da dengue nas águas sujas do rio infestado de pernilongos que foi citado. Segundo a instituição, a larva do Aedes aegypti se desenvolve em água limpa.


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