Seis vereadores da Câmara de Vilhena (RO) decidiram, através de sessão extraordinária realizada nesta quinta-feira (19), inocentar o prefeito José Rover (PP) da CPI que investigava a denúncia de movimentação irregular de recursos federais destinados à construção do Hospital Infantil e Maternidade do município. Antes do início da sessão, que começou com uma hora de atraso, uma manifestante distribuiu pedaços de pizzas para o público presente na Casa de Leis como forma de protesto.
Com 17 páginas, o relatório que investigava desvios de recursos na obra do hospital começou a ser lido pelo relator da CPI, vereador Célio Batista, com uma hora de atraso. A comissão escolhida para apurar as denúncias contra o prefeito entendeu que não houve improbidade administrativa por parte da prefeitura.
pelo afastamento (Foto: Dennis Weber/ G1)
Após o parecer do relator, o presidente da Câmara, Júnior Donadon (Sem partido), usou a tribuna para discordar do relatório final e continuou pedindo pelo afastamento do prefeito. “O cometimento desse crime político administrativo que é o desvio de finalidade acredito que ocorreu, então me posicionei contra o relatório justamente pelos efeitos nefastos que esse tipo de conduta traz para a administração pública”, disse Júnior após a sessão.
O prefeito José Rover não compareceu à sessão porque está em viagem a Brasília (DF). Segundo o advogado do executivo, Reginaldo Ribeiro de Jesus, a distribuição do recurso foi feito dentro da normalidade. “Não houve desvio de finalidade. Desvio de finalidade é quando você tira esse dinheiro e não recompõe-no. A obra está pronta, a finalidade foi atingida. Houve uma manipulação do dinheiro para pagamento da folha do mês 11 de 2011 e já acabou o prazo para se discutir isso, que são três anos”, apontou.
Quatro dos dez vereadores que compõe a Câmara Municipal de Vilhena votaram contra o relatório que julgou improcedente a denúncia apresentada: Júnior Donadon (Sem partido), Valdete Savaris (PPS), Maria José (PDT) e Marta Moreira (PSC). Os outros seis, Wanderlei Graebin (SD), Célio Batista (PP), Carmozino Taxista (SD), Jair Peixoto (PP), José Garcia (DEM) e Marcos Cabeludo (PHS) concordaram com o relatório final da CPI e decidiram manter o prefeito no cargo.
Pizza
Antes do início da sessão, a advogada Vera Paixão distribuiu pedaços de pizzas ao público presente, como forma de protesto para que prefeito fosse cassado. “A pizza representa nacionalmente um descaso com o que é público, com tudo o que é do povo. O trabalho que foi feito por essa CPI foi muito superficial, porque uma CPI tem amplitude, ela pode se estender, essa é a função da CPI e dos vereadores”, acredita.
Entenda o caso
A CPI foi instaurada no dia 18 de agosto, após a Polícia Federal entregar à Câmara de Vereadores documentos que comprovavam a existência de desvio de finalidade na construção do Hospital Infantil. As irregularidades teriam sido descobertas durante a Operação Stigma, que apura desvio de verbas da União na prefeitura do município.