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Jaru, 24 de novembro de 2024

Família diz ter sido impedida de matricular filho autista em creche de Ji-Paraná

Uma família denuncia que uma criança de 3 anos não foi aceita em uma creche de Ji-Paraná (RO) por ser autista. Segundo os pais, Gedeilson da Silva e Tatiane Costa, no momento da matrícula os servidores tiveram acesso ao laudo do filho Bryan e não foi permitido que ele ingressasse na instituição.

Eles dizem que a recomendação de colocar a criança em uma creche veio de uma neurologista, pois isso iria estimular a socialização, um processo necessário para qualquer aluno, principalmente para aqueles que têm autismo.

O objetivo também é que Bryan consiga atendimento no Centro de Autismo, local com cuidados específicos, mas segundo a mãe, é necessário que ele esteja estudando em uma creche pública para ingressar na entidade.

“Surgiu essa vaga na creche Cantinho do Céu. Eu levei todos os documentos na última segunda-feira, no horário que pediram. Lá eles me deram formulários para preencher. Até que olharam o laudo médico dele e a moça perguntou ‘mas ele é autista?’. Eu disse que sim e ela saiu da sala. Quando voltou disse que a vaga já tinha sido ocupada na sexta-feira. Nessa hora eu já estava preenchendo o formulário da matrícula”, explicou a mãe, Tatiane Costa.

Bryan brincando com celular em Ji-Paraná, RO — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Bryan brincando com celular em Ji-Paraná, RO — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

“Ela foi fazer a matrícula e eu fiquei em casa com o Bryan, depois ela voltou chorando, tremendo e me contou. Foi muito triste. É sofrido”, lembrou o pai.

A família morava em Guajará-Mirim (RO) quando identificaram que Bryan tem o quadro de Transtorno do Espectro Autista, eles se mudaram para Ji-Paraná em agosto deste ano, na tentativa de melhores condições para cuidar da criança.

A creche Cantinho do Céu é uma unidade filantrópica, tem convênio com a Prefeitura de Ji-Paraná. Os responsáveis pela creche informaram que, no momento, não têm as condições necessárias para receber a criança.

Em Porto Velho

Um caso parecido aconteceu em uma escola filantrópica de ensino fundamental de Porto Velho em agosto deste ano. Gustavo Berillo, de 9 anos, retornava para a aula presencial, mas foi barrado pois não havia cuidador.

O desabafo da mãe, Mabel Colares, ganhou repercussão nas redes sociais. Durante uma live do apresentador Marcos Mion, Gustavo ganhou uma vaga para estudar na rede municipal de Porto Velho.

Mãe e filho em frente a escola após aluno ser convidado a se retirar por falta de cuidador — Foto: Redes sociais/Reprodução

Mãe e filho em frente a escola após aluno ser convidado a se retirar por falta de cuidador — Foto: Redes sociais/Reprodução


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