Um registro feito por um empresário catarinense mostrou uma piscina com “ondas” dentro de um triplex no 30º andar de um prédio de Balneário Camboriú, no Litoral Norte. A oscilação registrada na quinta-feira (19) ocorre por conta do vento e o edifício é projetado para o fenômeno.
Autor das imagens, Patrick Biazotto disse que foi até o espaço para negociar o apartamento, localizado na Avenida Atlântica. Ele publicou as imagens nas redes sociais enquanto fazia uma visita ao imóvel.
Registro foi feito pelo empresário em Balneário Camboriú (SC) — Foto: Empresário Sócio proprietário da Swaps Tecnologia Imobiliária Patrick Biazotto/Reprodução
Explicação
Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC), Carlos Alberto Kita Xavier, as ondulações na água da piscina fazem parte da oscilação causada pelo efeito do vento sobre a estrutura.
Segundo ele, as estruturas mais altas são mais sensíveis, mas é nelas que a engenharia trabalha para minimizar os efeitos e proteger a estrutura, os usuários e o entorno.
“É preciso considerar que o movimento é calculado para a estrutura da edificação, material sólido. Quando esse movimento incide sobre um líquido, no caso a água das piscinas, por efeito de diferenças das massas, acaba gerando ondas na água. As imagens podem até assustar, mas nem de longe representam movimento esperado para a estrutura”, afirma o engenheiro Carlos Alberto.
O fenômeno é natural e desejável, já que todos os edifícios precisam ter algum nível de oscilação, ainda que ela não seja percebida. Esse movimento evita que o prédio tenha danos estruturais causados pelo vento, como fissuras.
O nível de oscilação é considerado não apenas para projetar a estrutura propriamente dita, mas também para tubulações e esquadrias. Quanto mais alto o edifício, maior o balanço.
“Nos edifícios mais altos, esse efeito é potencializado e precisa ser previsto em projeto a fim de que não surjam danos estruturais. Cada vez que o vento incide sobre um objeto, parte de sua energia se transfere ao objeto. A quantidade de energia transferida é chamada de fator de resposta de rajada. Quanto mais esbelta, mais fina, for a estrutura, maior será a sua resposta dinâmica ao vento. Sob a ação de uma rajada, o objeto se desloca primeiro no sentido da ação do vento, e, em seguida, no sentido oposto. E ai surge a oscilação”, conclui.