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Jaru, 29 de novembro de 2024

Mais de 2,3 mil ocorrências de violência doméstica são registradas em RO no segundo trimestre de 2021

Dados foram solicitados pelo G1 à Sesdec. Em um levantamento dos últimos cinco anos, 11.985 registros foram feitos com a natureza de violência doméstica em Rondônia.

Mais de 2,3 mil ocorrências de violência doméstica foram registradas no segundo trimestre de 2021 em RO — Foto: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão

Um total de 2.378 ocorrências de violência doméstica foram registradas no segundo trimestre de 2021 em Rondônia.

O sistema da Polícia Civil de Rondônia reconhece os crimes de ameaça, calúnia, difamação, injúria e lesão corporal como violência doméstica.

Somados os dados desse mesmo período – abril, maio e junho – nos últimos cinco anos foram 11.995 ocorrências de crimes de violência doméstica registradas no estado.

O ano com mais registros de violência domésticas (no segundo trimestre) foi em 2019, quando a polícia registrou 2.658 casos, sendo 1.479 ocorrências apenas de ameaça.

Confira na tabela abaixo:

Registro de ocorrências por violência doméstica no segundo trimestre

Natureza 2017 2018 2019 2020 2021 Total
Ameaça 1.121 1.282 1.479 1.275 1.272 6.429
Calúnia 20 17 23 17 14 91
Difamação 36 43 31 29 34 173
Injúria 136 154 131 117 128 666
Lesão corporal 702 1.008 994 1.002 930 4.636
Total 2.015 2.504 2.658 2.440 2.378 11.995

 

Somente nos três primeiros meses de 2021, mais de 2,4 mil casos foram inseridos no sistema do estado como um desses crimes.

Já em 2020, a polícia de Rondônia registrou 9.814 ocorrências de violência doméstica entre janeiro e dezembro, segundo dados do Sisdepol, o sistema da Polícia Civil do Estado.

Sem rede de apoio

Em entrevista ao G1 a presidente da Comissão de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil em Rondônia, ouvidora da Mulher e coordenadora de Combate a Violência contra a Mulher da CMA/Rondônia, Evanilde do Nascimento Marinho destacou que por falta de apoio, muitas mulheres não buscam a ajuda para denunciar o agressor.

“A participação da sociedade é muito importante na denuncia desses crimes. O atendimento à mulher deve ser forma humanizada, especializada, para que essa ela se sinta encorajada a estar buscando ajuda. Os órgãos de controle façam o seu papel para que haja redução dessa subnotificação e também para que essa mulher não seja mais um índice na estatística. Não seja mais uma vida perdida para o machismo estrutural, que infelizmente se encontra enraizado na nossa sociedade”, pontua.

Ciclo da violência

A violência doméstica funciona como um sistema circular, o chamado Ciclo da Violência Doméstica, que apresenta três fases: tensão, explosão e lua de mel. No ciclo da violência, o agressor também é um abusador emocional. Além desse homem agredir fisicamente a companheira, ele a manipula por meio de palavras opressoras, deixando-a cada vez mais fragilizada.

Veja ciclo da violência contra mulher — Foto: Infográfico: Fernanda Garrafiel/ G1

 


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