O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) ajuizou uma ação civil por ato de improbidade administrativa contra o deputado estadual José Eurípedes Clemente (MDB), conhecido como Lebrão, e contra sua filha, Gislaine Clemente (MDB), a Lebrinha. O MP pede uma liminar para determinar a indisponibilidade de bens no valor de R$ 480 mil.
Lebrão e Lebrinha são investigados na Operação Reciclagem, deflagrada em setembro de 2020 para apurar crimes contra a Administração Pública. Pai e filha foram filmados recebendo dinheiro que seria de propina.
Segundo a lei, a prática de improbidade administrativa inclui receber dinheiro, bens ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, que possa levar aos agentes públicos a ação ou omissão durante suas atividades de gestão.
No caso dos investigados na Operação Reciclagem, ex-prefeitos de Rolim de Moura, Cacoal, Ji-Paraná e São Francisco do Guaporé e outros políticos, cobravam propina para empresas que prestavam serviços de coleta e tratamento de resíduos sólidos nessas cidades.
As investigações começaram após um empresário procurar a Polícia Federal para denunciar que estava sendo vítima de pagamentos de propina em troca de regularidade em repasses contratuais mensais devidos às empresas.
Segundo as investigações, o deputado Lebrão e sua filha exigiram o pagamento de R$ 2 milhões, diluídos em 20 parcelas de R$ 100 mil cada, para em troca, manter a caducidade do contrato de concessão do serviço público para implantação e operação de aterros sanitários.
Ainda de acordo com o MP, parte dos valores chegou a ser pago em parcelas de 40 mil, em três ocasiões distintas, totalizando R$ 120 mil.
O G1 procurou os citados, o deputado Lebrão diz que confia na justiça. Ele nega qualquer envolvimento dele e da filha em esquemas e diz que vai se pronunciar junto aos autos.