A presidente Dilma Rousseff foi a Minas Gerais, para sobrevoar a região atingida pelo rompimento das barragens, em Mariana. Ela se encontrou em Belo Horizonte com o governador de Minas, Fernando Pimentel, do PT, e com o prefeito de Mariana, Duarte Junior, do PPS. Juntos, eles decolaram de helicóptero para sobrevoar Mariana.
Faz uma semana que as duas barragens da mineradora Samarco se romperam, provocando uma tragédia em Mariana, Minas Gerais. Dezenove pessoas ainda estão desaparecidas. No local do acidente e nas cidades vizinhas, a vida dos moradores ainda está muito longe de voltar à rotina.
Na cidade de Barra Longa, a 72 quilômetros do local do acidente, os moradores ainda trabalham na limpeza. No distrito de Paracatu de Baixo, a 68 quilômetros, a ponte foi levada pela avalanche e deixou os moradores ilhados.
Em Bento Rodrigues, onde as barragens se romperam, máquinas ainda retiram lama e os bombeiros trabalham nas buscas. Até agora, seis corpos foram identificados. São quatro trabalhadores da empresa e duas crianças que moravam no distrito.
Em uma reunião, na manhã desta quinta-feira (12), foi discutido com as famílias a volta às aulas das crianças. Os pais foram informados sobre o remanejamento dos filhos, porque as escolas foram destruídas.
A terceira barragem da mineradora está sendo monitorada pela Samarco. O Ibama vai aplicar, pelo menos, duas multas à mineradora: uma pelo lançamento de rejeitos nos rios e outra pela perda da biodiversidade. Cada multa pode chegar a R$ 50 milhões.
Nesta sexta (13), vence o prazo dado pelo Ministério Público para que a Samarco retire as famílias dos hoteis. A informação da empresa é que 140 imóveis estão sendo alugados, mas não informou quando as vítimas poderão se mudar.
Dinheiro estragado pela lama
O comerciante José Barbosa dos Santos passa o dia a espera de notícias da casa para onde ele vai com a família. Ele era dono da maior mercearia de Bento Rodrigues e conta que perdeu amigos, o comércio, a casa e uma boa quantia de dinheiro. Desde de que houve o confisco da poupança no governo Collor, ele ficou ressabiado e passou a guardar o dinheiro em casa. E, junto com a lama, foi embora também a economia da família. “Seu eu fosse buscar, eu morria. Eu vou morrer? Eu vou rachar é fora. Achei melhor rachar fora que morrer por causa de dinheiro, né?”, conta.
Seu José guardava o dinheiro para comprar um carro zero. Ele tem uma caminhonete e com ela conseguiu salvar muita gente. “Umas 15 pessoas foram aqui dentro”, lembra.