Parecia um domingo comum na casa da família Pasquali. Pai, mãe, filho, nora e neto estavam juntos na casa em que moravam, no bairro Aventureiro, em Joinville, Santa Catarina, preparando um churrasco para o almoço. Mas a manhã acabou com uma tragédia que chocou a cidade. Roberto Pasquali, de 24 anos, se matou com um corte de faca no pescoço. Mas, antes, matou o filho, Júlio César Pasquali, de três anos; a mulher, Aline Grasiela Dilkin, 25 anos; e o pai Nereu César Pasquali.
Ele também atacou a própria mãe, Cleci Aparecida Melle Pasquali, de 50 anos, que foi socorrida e levada para o Hospital Municipal São José. Ela passou por uma cirurgia durante a tarde de domingo. De acordo com a assessoria da unidade, seu estado de saúde é grave, mas estável.
Roberto matou a mulher e o filho, que faria quatro anos no dia cinco de dezembro, na cozinha da casa. Segundo o Instituto Médico legal (IML), a criança apresentava um corte profundo no pescoço e levou um tiro na cabeça. A mãe também foi esfaqueada no pescoço e baleada.
Após matar os dois dentro de casa, ele foi até a garagem e encontrou o pai já de joelhos. Esfaqueou e deu um tiro na cabeça do pai. Depois, esfaqueou a mãe. Voltou até perto da porta da cozinha e se matou com golpes de faca no peito e um corte profundo no pescoço.
De acordo com informações da Polícia Militar, as armas usadas no crime foram uma .38 e uma faca de churrasco. Na casa, a PM também encontrou uma arma .40. Roberto não tinha antecedentes criminais.
Roberto e a família vieram do Paraná há pouco mais de três meses. Eles moravam em Santa Izabel do Oeste, cidade de 13 mil habitantes, e estavam recomeçando a vida em Joinville após perderem a empresa que tinham no Paraná.
Vizinho testemunhou o crime
O vizinho Jailton Rocha, de 32 anos, foi uma das testemunhas da tragédia. Ele roçava a grama de casa quando começou a ouvir os tiros e a gritaria. Minutos antes, havia conversado com Nereu e Cleci pelo muro. O casal estava na garagem da casa, assando a carne para o almoço. O filho, a mulher e o neto estavam dento de casa.
Jailton recusou o convite para se juntar aos vizinhos no almoço, pegou uma extensão emprestada e começou a roçar a grama de casa. Pouco depois, o vizinho ouviu a mulher de Roberto gritar.
— Ela dizia “não faz isso” — lembra o vizinho.
Jailton espiou pelo muro e viu Roberto sair da cozinha, esfaquear e atirar contra a mãe e o pai. Quando ele voltava em direção a porta da cozinha, Jailton se escondeu, pois achou que o vizinho atiraria nele. Mas o que se seguiu foi o silêncio. Então, o vizinho subiu novamente no muro e encontrou Roberto morto.
Outros vizinhos cercaram a casa da família Pasquali em busca de informações após o crime, que ocorreu por volta das 11 hora da manhã. O delegado responsável, Dirceu Silveira Junior, afirmou que a polícia vai ouvir testemunhas e apurar os fatores que levaram Roberto a cometer esse crime bárbaro contra a família.
Os corpos aguardam liberação do IML.
O filho Júlio, que iria fazer quatro anos no próximo mês
Irmão diz que Aline estava feliz
— Estou chocado. Não tenho palavras — diz Odair José Dilkin, 34 anos, que tenta entender o que teria levado o cunhado matar a irmã e o sobrinho. Ele mora faz dois anos na Califórnia, nos EUA, e tenta chegar o quanto antes ao Brasil para o enterro dos familiares.
Segundo Odair, o casal estava junto há sete anos. Sua família é de Planalto, cidade vizinha a de Santa Izabel do Oeste, de onde é a família de Roberto. Aline era a mais nova de quatro irmãos, e Odair falava com ela constantemente pela internet. Ele afirma que eles estavam felizes em Joinville, e que o casal era muito tranquilo.