Os sindicatos decidiram manter a greve dos petroleiros após a primeira rodada de negociações nesta segunda-feira (9), segundo nota divulgada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os petroleiros protestam principalmente contra o plano de venda de ativos da estatal, de mais de US$ 15 bilhões até 2016. Além disso, querem a retomada dos investimentos da Petrobras, o fim das demissões e a garantia de benefícios.
“A Petrobras continua empreendendo esforços na busca por entendimentos para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2015”, disse a empresa em comunicado divulgado nesta segunda. A companhia informou ainda que “se dispôs a avançar em itens reivindicados pelas entidades sindicais e discutir aqueles não relacionados diretamente ao ACT”.
Perda na produção diminui, diz Petrobras
A Petrobras informou que a estimativa de barris de petróleo que deixaram de ser produzidos nesta segunda por causa da greve dos petroleiros permaceneu em 115 mil – mesmoinformado na sexta (6). A petroleira diz ainda que reduziu em 60% a perda diária de óleo desde o início da paralisação.
Na quinta-feira (5), a empresa havia dito que “através de seu plano de contingência, tem conseguido reduzir os impactos da greve sobre suas operações”.
Na quinta, a perda estimada foi de 127 mil barris. Na quarta (4), a perda de produção foi de 134 mil barris de petróleo, “o que significa uma recuperação de 25% com relação à registrada no dia anterior”, segundo a Petrobras.
Segundo a empresa, na segunda-feira (2) houve queda de produção de 273 mil barris de petróleo, o que corresponde a 13% da produção diária no Brasil. Na terça (3), a queda divulgada pela empresa foi de 178 mil barris de petróleo.
Na sexta, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou em nota à imprensa que o número de unidades marítimas da Petrobras na Bacia de Campos atingidas pela greve caiu para 46, ante 48 unidades na quinta (5).
A greve
A greve foi iniciada no dia 29 de outubro por cinco sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). No dia 1º de novembro, uniram-se ao movimento os sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), incluindo o da Bacia de Campos.
Em nota, a FNP informou que, aos poucos, os sindicatos que integram a FUP começaram a aderir, no domingo (1), ao movimento iniciado pelos sindipetros Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá.
A categoria, que pede reajuste salarial de 18%, rejeitou a proposta da Petrobras de reajuste de 8,11%. A paralisação também protesta contra o plano de venda de ativos da estatal e busca manter direitos dos trabalhadores, em meio às dificuldades financeiras da estatal.
Contrária ao plano de desinvestimentos na Petrobras, a FUP reivindica interrupção do processo de terceirização em curso na empresa e a retomada dos investimentos no país. “Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento do país e a soberania nacional”, disse.