Ao votar a favor da liberação emergencial da CoronaVac e da vacina da Astazenca/Oxford, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Alex Campos fez uma defesa da ciência e elogiou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que foi o padrinho de sua indicação para o órgão.
Mandetta era o ministro no começo da pandemia, mas ele se desentendeu com o presidente Jair Bolsonaro sobre as melhores maneiras de enfrentar a Covid-19. Campos também criticou a ineficiência do Estado como um todo, ou seja, em todas os níveis de poder: federal, estadual e municipal. As duas vacinas contra a Covid-19 foram aprovadas por unanimidade.
— A Anvisa se pauta por evidências. No nosso vocabulário, que adoto como eu também, não há espaço para negação da ciência, tampouco para politicização. Não há. Verdadeiramente não há — disse Campos.
Ele comentou as mortes em Manaus, onde houve problema de abastecimento de oxigênio. Segundo Campos, os mortos foram vítimas não apenas da Covid-19, mas também da “incúria do Estado’.
— É a expressão mais triste revoltante da falha objetiva do Estado em todos os níveis. A décima economia do mundo e também uma da sociedades desiguais do planeta é uma nação civilizada ou vive a distopia da barbárie? A tragédia da morte pela falta da terapia mais simples do oxigênio é um atestado da nossa ineficiência, infelizmente — disse o diretor da Anvisa.
E destacou que chegou à Anvisa pelas mãos de um médico:
— Esse médico é Luiz Henrique Mandetta, de quem fui o chefe de gabinete quando ele foi ministro da Saúde. De lá, do Ministério da Saúde, sofremos os primeiros golpes, a falta de insumos, de colaboração internacional. Essa confiança que esse ministro da Saúde me depositou, que depois foi referendada e confirmada pelo presidente da República e também pelo Senado Federal.