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Jaru, 15 de novembro de 2024

Corpos de procuradores que foram assassinados são achados em MT

Os corpos dos procuradores estaduais Saint-Clair Martins Souto e Saint-Clair Souto, pai e filho, respectivamente, foram encontrados na manhã desta quarta-feira (14), em uma pastagem perto da fazenda das vítimas, em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá.

Eles estavam desaparecidos desde sexta-feira (9). O caseiro e gerente da propriedade, José Bonfim Alves Santana, de 42 anos, foi preso na noite desta terça-feira (13) em Colinas do Tocantins, no norte do estado, e confessou o crime. Segundo o delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena, foi José Bonfim quem indicou o local onde estavam os corpos das vítimas.

Uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, foi até o local para fazer o procedimento de perícia na área onde os corpos foram achados.

Depois dessa perícia, realizada nesta manhã, a previsão, conforme o delegado, é que os corpos sejam levados para uma funerária em Vila Rica para necrópsia.

Em seguida, devem ser transladados para Brasília, no Distrito Federal, onde moram familiares dos procuradores.

Corpos dos procuradores estavam em uma pastagem perto da fazenda, em Vila Rica (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)
Corpos dos procuradores estavam em pastagem perto de fazenda (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)

Saint-Clair Martins Souto era procurador aposentado no Distrito Federal, e Saint-Clair Souto atuava na Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro. A família comunicou o desaparecimento dos procuradores na segunda-feira (12), após eles não retornarem para Brasília, como previsto.

Crime
A investigação aponta que as vítimas foram mortas na manhã da última sexta-feira dentro da sede da fazenda. Pai e filho foram executados com um revólver calibre 38, sendo que o funcionário matou primeiro o pai.

Ele confessou o crime e foi preso em Colinas do Tocantins (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Funcionário da fazenda confessou o crime e foi
preso em Colinas do Tocantins
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Em seguida, José Bonfim chamou o filho para dentro da casa, falando que o pai dele havia sofrido uma queda, momento em que matou a segunda vítima. Depois, o suspeito arrastou os corpos para uma região de mata próxima a fazenda.

Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do suspeito nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência emColinas do Tocantins.

Com o suspeito, os policiais apreenderam uma caminhonete, mais de R$ 5 mil e uma arma, que teria sido usada para matar os procuradores. O caseiro era funcionário da família há oito anos. Um desentendimento por causa da venda de gado teria motivado o crime.

“Ele cuidava de todo o gado da fazenda. O patrão dele ficava cinco meses sem ir ao local. Ele disse que fazia as vendas desse gado. Posteriormente, o patrão chegou a verificar que o dinheiro não estava sendo repassado para sua conta e que o gado estava diminuindo na fazenda e começou a cobrar dele”, afirmou a delegada da Polícia Civil do Tocantins, Olodes Maria Freitas.

Pai e filho estavam desaparecidos desde sexta-feira (9) em Vila Rica; eles foram mortos na fazenda (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)
Pai e filho estavam desaparecidos desde sexta-feira (9) em Vila Rica; eles foram mortos na fazenda (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)

Segundo o delegado de Vila Rica, na terça-feira uma equipe de policiais foi enviada para o Tocantins e deve levar o suspeito para Mato Grosso, onde será novamente interrogado. José Bonfim será levado por uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer), ainda nesta quarta-feira.

Em nota, a Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat) manifestou condolências à família de Saint Clair Martins Souto e Saint Clair Souto.

“Lamentamos, em nome dos procuradores do estado de Mato Grosso, a perda irreparável de dois grandes profissionais, que engrandeceram a advocacia pública, com seu trabalho digno e retidão de caráter”, declarou a associação.

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