Cerca de oitenta delegados da Polícia Civil de Rondônia renunciaram seus cargos de confiança e os colocaram à disposição do governo do estado, nesta sexta-feira (9). A entrega coletiva foi feita na frente do palácio do governo, em protesto contra uma proposta apresentada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Rondônia (Sindepro) que foi rejeitada pelo governador Confúcio Moura. A categoria pedia melhor remuneração e a regulamentação da carga horaria trabalhada.
Entre os cargos que foram colocados à disposição do governo está o de corregedor geral, diretor de departamento, delegados regionais e titulares. Segundo o presidente do Sindepro, Antônio Sobral, a categoria luta desde 2014 por melhores condições quanto à carreira jurídica dos delegados de polícia civil no estado.
“Há mais de 30 dias enviamos um ofício para o Governo, Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e Polícia Militar (PM) comunicando sobre a mudança de atendimento, caso o governo não atendesse as propostas. Hoje decidimos entregar os cargos de confiança ao estado”, explica.
O sindicato informou ainda que os delegados que não renunciaram ao cargo vão fazer plantão apenas entre 7h30 às 13h30. Em cidades do interior que não têm Central de Flagrantes, por exemplo, os moradores precisarão recorrer às delegacias regionais para registrar alguma ocorrência, pois não haverá atendimento além do horário comercial.
No estado existem delegeacia regionais apenas em sete municípios, de 52: Ariquemes, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura.
em todo estado (Foto: Matheus Henrique/G1)
“O governo havia apresentado uma proposta que foi objeto de repulsa unânime. Desta vez não foi apresentado nada de novo. Então conversamos com os membros da categoria e decidimos que iremos cumprir a lei, que é a de 30 horas semanais, já que nós não conseguimos uma interlocução produtiva com o governo”, afirma o delegado Luiz Carlos de Almeida Hora, de Ji-Paraná.
Ao G1, a assessoria do Governo de Rondônia disse que a categoria propôs aumento salarial, mas a proposta não foi aceita pelo executivo, pois acarretará um impacto na folha mensal do pagamento de servidores.