Rosana Albuquerque, fotógrafa de Rondônia, teve um de seus retratos selecionados para compor a exposição virtual #TheWorldWeWant! (o mundo que queremos), da Organização das Nações Unidas (ONU).
A exposição é um manifesto visual por um mundo mais humano e reúne 75 fotos selecionadas entre cerca de 51 mil imagens, de mais de 130 países.
Rosana fez o clique em 2018 quando estava em um trabalho voluntário em Moçambique.
“Ficamos por lá dois meses trabalhando com a comunidade local. O rapaz da foto é Romão, somos amigos e nos falamos toda semana. Esse foi nosso dia de folga e foi muito legal, dá pra ver pelo sorrisão dele aí. Gosto dessa foto pelo que ela transmite: liberdade, um futuro de paz, direito de ser e sentir”, comenta a fotógrafa.
O futuro de paz, citado por Rosana, faz referência as frases ditas pela comunidade ao grupo de voluntários no momento em que a foto foi tirada. Meninos moçambicanos diziam que se sentiam à vontade e iguais, mesmo com culturas tão diferentes, porque são parte do todo.
“E esse é o mundo que eu quero, onde as pessoas enxergam o próximo como a si. De igual para igual, independente de fronteiras”.
- As fotos estão disponíveis na exposição online #TheWorldWeWant!
Rosana é casada, tem 30 anos e começou a se interessar por fotografia em 2015. Ela diz que usava máquinas fotográficas de amigos, até que um deles a presenteou com uma. É essa máquina que ela usa até hoje nos trabalhos voluntários.
“Eu amo trabalhar com fotografia, ela escancara portas. Em vários lugares que já andei, entre as pessoas que já conheci, algumas falam que não era do costume ser fotografada, mas no final tá todo mundo fazendo pose”, diz.
Com a pandemia da Covid-19 a fotógrafa e o marido pausaram os deslocamentos durante os trabalhos voluntários. Mas a arte segue viajando.
O outro brasileiro que expõe trabalho na ONU é Rennan Peixe, fotógrafo pernambucano. Ele fotografou um grupo de jovens mulheres e deseja um mundo onde o amanhã não seja temido.
“Um mundo onde afrodescendentes possam viver em paz”, afirmou à ONU. “Vejo a arte como possibilidade de sentir e especular um futuro possível, onde não exista racismo nem condições desfavoráveis para as pessoas negras no mundo. A fotografia nos permite contar essa história, empoderar pessoas e afirmar identidades dissidentes”, declarou.
Fotografia de Rennan Peixe selecionada para concurso “O mundo que eu quero” da ONU — Foto: Reprodução/TV Globo