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Jaru, 22 de novembro de 2024

Tartarugas ‘invadem’ margens das praias de São Francisco do Guaporé, RO, para desova

Milhares de tartarugas “invadiram” as praias de São Francisco do Guaporé (RO) neste fim de semana, dando abertura para a temporada 2020 de desova. O presidente da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale), Zeca Lula, informou ao G1 que a expectativa é de que haja 40 mil desovas este ano. A associação cuida e monitora os animais na região há mais de 20 anos.

Para desovar, as fêmeas vão atrás de praias desertas e normalmente aguardam o anoitecer, evitando assim o calor da areia que, durante o dia, dificulta a postura e a escuridão as protege dos perigos.

Conforme Zeca Lula, o próximo passo é monitorar e cuidar dos ninhos “para que haja uma eclosão e que possamos devolver o maior número possível de filhotes à natureza”. “Para isso, nós recebemos o apoio do Exército Brasileiro, por meio do pelotão Forte Príncipe da Beira, e do Ibama em Porto Velho”, explicou o presidente da Ecovale.

O trabalho de proteção desses animais é feito com apoio da Prefeitura de São Francisco do Guaporé, entre outros parceiros. Um dos objetivos é evitar que predadores capturem e comercializem as tartarugas e os ovos.

“É a perpetuação da espécie (tracajás) que vem sendo ameaçada de extinção. Com esse trabalho, nós conseguimos tirá-la da lista vermelha do Ibama, mas ela continua em risco de extinção. Porém, estamos conseguindo fazer com que a existência e a sobrevivência dessa espécie seja mantida”, reforçou Zeca Lula.

Por causa dos predadores, as chances de sobrevivência entre as tartarugas são remotas. Conforme a Ecovale, de cada mil, apenas uma consegue se salvar.

Em média, o número de tartarugas levadas por caçadores varia de 30 a 50 em duas horas de pescaria. As tartarugas são comercializadas na região por pelo menos R$ 300. Em uma única noite, os caçadores podem faturar até R$ 5 mil.


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